terça-feira, 2 de maio de 2023

EVANGELHO DO DIA 2 DE MAIO

Evangelho segundo São João 10,22-30. 
Naquele tempo, celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação do Templo. Era inverno e Jesus passeava no templo, sob o Pórtico de Salomão. Então, os judeus rodearam-no e disseram: «Até quando nos vais trazer em suspenso? Se és o Messias, diz-nos claramente». Jesus respondeu-lhes: «Já vo-lo disse, mas não acreditais. As obras que Eu faço em nome de meu Pai dão testemunho de Mim. Mas vós não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos, e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Leão XIII (1810-1903) papa 
Encíclica «Divinum illud munus», 
de 9 de maio de 1897 
«Eu e o Pai somos um só» 
O mistério da Santíssima Trindade é chamado pelos doutores da Igreja a substância do Novo Testamento, quer dizer, o maior de todos os mistérios, a origem e o fundamento dos outros. Foi para o conhecer e o contemplar que os anjos foram criados no Céu e os homens na Terra. Foi para manifestar este mistério mais claramente que o próprio Deus desceu da sua morada com os anjos para junto dos homens. O apóstolo Paulo anuncia a Trindade das pessoas e a unidade da sua natureza quando escreve: «Da parte dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Glória a Ele pelos séculos» (Rom 11,36). E Santo Agostinho observa, comentando esta passagem: «Estas palavras não são devidas ao acaso. "Da parte dele" designa o Pai, "por Ele" designa o Filho e "para Ele" designa o Espírito Santo». É com justeza que a Igreja tem o hábito de atribuir ao Pai as obras da Divindade onde resplandece o poder, ao Filho aquelas onde resplandece a sabedoria e ao Espírito Santo aquelas onde resplandece o amor. Não que todas as perfeições e obras exteriores não sejam comuns às pessoas divinas: «As obras da Trindade são indivisíveis, como a essência da Trindade é indivisível» (Sto Agostinho). Mas, por uma certa comparação, uma certa afinidade entre estas obras e as propriedades das pessoas, as obras são atribuídas ou «apropriadas», como se diz, mais a uma das Pessoas do que às outras. De certo modo, o Pai, que é «o princípio de toda a divindade» (Sto Agostinho), é também a causa eficiente de todas as coisas, da encarnação do Verbo e da santificação das almas: tudo Lhe pertence. O Filho, o Verbo, a Palavra de Deus e a imagem de Deus, é também a causa-modelo, o arquétipo; é dele que tudo o que foi criado recebe a sua forma e a sua beleza, a ordem e a harmonia. Ele é para nós «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6), o reconciliador do homem com Deus: tudo é por meio dele. O Espírito Santo é a causa última de todas as coisas, a bondade divina e o amor mútuo do Pai e do Filho; pelo seu poder dulcíssimo, Ele completa o amor mútuo do Pai e do Filho; pelo seu poder dulcíssimo, completa a obra escondida da salvação eterna do homem e leva-a à perfeição: tudo é para Ele.

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