No dia 22 de Novembro de 1987, festa de Cristo Rei, João Paulo II elevou às honras dos altares 63 sacerdotes e 22 leigos que deram a vida por Jesus Cristo e pela Santa Igreja. “Sofreram o martírio na Inglaterra, entre os anos 1584 e 1679, em virtude de uma lei do Parlamento inglês contra os Jesuítas e contra quantos foram.ordenados no estrangeiro e depois retomaram à Inglaterra; os leigos foram trucidados porque oferece ram colaboração e assistência aos sacerdotes”.
Eis uma parte da homilia do Santo Padre:
“Tomás More o mais inglês dos santos, declarou no cadafalso: "Morre o bom servo do Rei, mas primeiro o servo de Deus". Deste modo dava testemunho da primazia do Reino.
Hoje declaramos Beatos outros oitenta e cinco mártires: da Inglaterra, da Escócia e de Gales, e um da Irlanda. Cada um deles escolheu ser "primeiro servo de Deus". Eles abraçaram a morte conscientemente e da melhor vontade, por amor de Cristo e da Igreja.
Também escolheram o Reino acima de tudo. Se o preço devia ser a morte, eles pagá-lo-iam com coragem e alegria.
O Beato Nicholas Postgate bendisse a sua execução "como um caminho mais curto para o Céu". O Beato Joseph Lambton encorajou aqueles que estavam para morrer com ele, com as palavras: "Estejamos alegres, porque amanhã espero que havemos de ter uma primeira refeição celestial". O Beato Hugh Taylor, não sabendo o dia da sua morte, disse: "Como seria feliz se nesta Sexta-feira, em que Cristo morreu por mim, eu pudesse encontrar a morte por Ele". Foi executado naquele mesmo dia, Sexta-feira, 26 de Novembro de 1585. O Beato Henry Heath. que morreu em 1643, agradecia ao tribunal por o ter condenado e lhe dar a "honra singular de morrer com Cristo".
Entre estes oitenta e cinco mártires encontramos sacerdotes e leigos. estudantes e artesãos. O mais velho estava na casa dos oitenta anos, e o mais novo não tinha mais do que vinte e quatro. Entre eles havia um tipógrafo, um empregado de balcão, um moço de cavalariça,. um alfaiate. O que une todos eles é o sacrifício da própria vida ao serviço de Cristo, seu Senhor.
Os que dentre eles eram sacerdotes desejavam apenas alimentar o seu povo com o Pão de Vida e com a Palavra do Evangelho. Fazê-lo significava arriscar a própria vida. Mas para eles este preço era baixo, em comparação com as riquezas que podiam levar ao seu povo no Santo Sacrifício da Missa.
Os vinte e dois leigos deste grupo de mártires compartilharam inteiramente o mesmo amor pela Eucaristia. Também eles, repetidas vezes, arriscaram a sua vida, trabalhando em conjunto com os seus sacerdotes, assistindo-os, protegendo-os e dando-lhes refúgio. Os leigos e os sacerdotes trabalharam juntos; juntos estiveram em cima dos cadafalsos e juntos esperaram a morte. Também muitas mulheres, que hoje não estão incluídas neste grupo de mártires, sofreram pela sua fé e morreram na prisão. Elas conquistaram a nossa eterna admiração e recordação.
Estes mártires deram a própria vida pela sua fidelidade à autoridade do Sucessor de Pedro, o único que é o Pastor do rebanho».
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