sábado, 1 de abril de 2023

REFLETINDO A PALAVRA - “Santos, nossos irmãos”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Santos, gente do povo
 
No estudo sobre a devoção na espiritualidade encontramos os santos. João escreve no livro do Apocalipse, “vi uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 9,4.9). Que festa! Do jeito que o povo gosta! O Céu está aberto a todos. Quem é o santo? Aquele que vive o evangelho de Jesus, mesmo sem o conhecer. O amor não precisa ser lido nem conhecido, mas realizado. Mesmo não conhecendo a Deus, Deus nos conhece. Estamos falando dos que vivem na casa do Pai, onde há muitas moradas (Jo 14,2). Santos são gente do povo. A Igreja canoniza alguns poucos. Não que a Igreja faça os santos, mas indica alguns modelos que viveram intensamente o evangelho. Como o Papa sabe disso? O povo conta para ele: Esse homem ou mulher, viveu bem o evangelho, amou, procurou servir as pessoas e cumpriu os deveres de sua vida. Conta através de um processo, isto é, um grupo de pessoas que ouve as testemunhas que conheceram, analisa sua vida, reconhece os milagres. Depois de tudo isso, a pessoa é canonizada, isto é, colocada na lista (cânon) dos santos. Por que são diferentes de nós? São de outras épocas, vestiam diferentes, ou eram padres, bispos e freiras. Mas já temos santos de gravata, médica com estetoscópio, jovens universitários com camisa esporte e até crianças. Temos poucos leigos porque as pessoas pensavam que só santos eram os diferentes. Todos podem ser santos e muito santos. O Papa reconhece e não faz o santo. Por que o Papa? Antes era o povo, agora se organizou diferente. Para o futuro poderá ser diferente. Eu, pessoalmente, tenho a minha vó paterna, falecida, como grande santa. Que cuida muito bem de nós. Santo se fica em vida e não depois da morte. Você é santo! 
Santos rezam pelo povo 
Alguns são implicados com o santo, negando o culto dos santos. Esse culto significa adorar a Deus que, de modo admirável foi amado e vivido nesta pessoa, por ex. S. Antonio. Não adoramos imagens, retratos de nossos santos. Veneremos; Chama-se culto de ‘doulia”. Para Deus prestamos o culto de “latria”, isto é, adoração. (Idolatria, quer dizer, adorar o que não é Deus). Rezamos a Deus, unidos ao santo que veneramos. Podemos rezar pedindo ao santo? A gente ouve as pessoas dizerem: vou rezar por você, vou fazer um milagre, tirar sua doença. E acontece! Quantos não fazem milagres em vida! Quando morrem, diante de Deus, rezam por nós, como rezavam quando estavam vivos entre nós. Podem rezar melhor ainda, pois estão unidos a Deus em perfeição, sem pecado. Os santos são nossos amigos e irmãos, unidos conosco no Corpo de Cristo. 
O povo ama seus amigos santos
O amor do povo de Deus aos santos vem desde os primórdios do cristianismo com o culto dos mártires e depois daqueles que não foram mártires, mas dedicaram sua vida a Deus e ao povo. Eles recolhiam o corpo do mártir e o sepultavam com honras e, anualmente, no dia de seu nascimento para Deus (morte) celebravam a Eucaristia em seu túmulo. Guardavam suas relíquias. Celebravam sua vida no Sacrifício de Cristo. Assim nasceu a devoção aos santos. É claro que ela deve ser sempre regulada pelos princípios da fé e pela justa compreensão de nossa união no mistério de Cristo. O povo desenvolveu muitas fórmulas, algumas exageradas outras exatas de venerar e cultuar os santos. Ele tem consciência de sua intercessão junto de Deus. Coibindo o exagero, saímos bem.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM JUNHO DE 2009

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