Rezemos no “Creio”, na profissão de fé da Igreja: “Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica”. Santa quer dizer que, no que vem de Deus, é santa, pois é unida a Cristo, o Santo, que, com o Pai e o Espírito, a amou e se entregou por ela para santificá-la. A Igreja é o povo santo de Deus e seus membros são chamados de santos (Catecismo nº 823). Onde existe a prática do amor, da justiça e bem, ali está presente a Igreja Santa, seja onde for, como os que nunca ouviram a mensagem do Evangelho, ali subsiste a Igreja santa. Aqueles que assim vivem têm a santidade. Todo o povo de Deus é santo em sua constituição. A Igreja, povo de Deus, unida a Cristo, é santificada por Ele e torna-se também santificante, quer dizer, introduz na santidade através dos meios deixados por Cristo. O Catecismo continua, resumindo a doutrina: “Todas as obras da Igreja tendem, como a seu fim, à santificação das pessoas em Cristo è a glorificação de Deus... ela tem a plenitude dos meios de salvação. Nela adquirimos a santidade pela graça de Deus” (nº 824). A santidade das pessoas não é algo fora da realidade, algo superior ou distante, mas acontece no dia a dia através do amor que é a alma da santidade. S. Terezinha escreveu: “Compreendi que a Igreja tinha um corpo, composto de diferentes membros... compreendi que a Igreja tinha um coração, e que este coração ardia de amor” (Autobiografia B 3v). O amor vivido por cada membro, e pelo conjunto das pessoas, realiza a santidade. Todos são chamados a viver essa santidade qua não se embacia com a fragilidade de seus membros.
Fragilidades da Igreja
Podemos perguntar com conhecimento de causa: “Como uma Igreja é santa tendo erros e defeitos?” Da parte de Deus ela é santa, da parte das pessoas que a compõem, está a caminho da santidade. Por isso rezamos: “Igreja santa e pecadora” (Prece Eucarística V). Na terra, a Igreja está revestida duma verdadeira, ainda que imperfeita, santidade (nº 825). O corpo de Cristo santo e imaculado, tem membros que, pecadores, caminham na busca da santidade. Uma das grandes forças da Igreja é sentir que tem defeitos e tem que melhorar. Se se julgasse perfeita não poderia crescer nem descobrir os males que a podem prejudicar. Por isso está sempre aberta a purificar-se e converter-se. Na história aconteceram erros políticos, sociais, interpretações que retardaram o crescimento. Pena é que alguns críticos analisam o passado só à luz atual. Não é uma sabedoria. Por outro lado, as fragilidades e pecados, mostram seu aspecto divino. Se fosse só humana, já teria perecido. Mesmo com as falhas, ela caminha, necessitando de converter-se sempre mais ao evangelho. A Igreja acolhe os pecadores para a conversão. Somos Igreja de pecadores. Queremos conversão.
Farol para a humanidade
A Igreja é composta por pessoas que são pecadoras e santas. Mesmo assim, ela foi constituída por Cristo para ser um farol, uma luz para a humanidade. Através dos séculos sempre deu e continua dando sua contribuição para o bem das pessoas, como podemos ver nas muitas atividades de que tomou parte no social, científico, artístico, intelectual e humano. A maior obra da Igreja foi abrir ao mundo os tesouros da redenção que Cristo lhe confiou enviando os apóstolos a continuarem sua presença e missão. Assim ela é promotora de santidade no meio do povo. O santo é a pessoa mais útil para o mundo. Ele nos mostra o verdadeiro valor da pessoa e os rumos à felicidade completa. As fragilidades mostram que há lugar para todos. Fechar a Igreja aos pecadores é negar Jesus que os acolhia.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM AGOSTO DE 2009
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