São Marcelino era um alto funcionário do Império Romano no século quinto, muito amigo de Santo Agostinho. Vivia em Cartago, onde acumulava dois cargos: tabelião e tribuno. Bom pai de família e homem de notável honradez, Marcelino era conhecido pela sua bondade, sendo estimado por todos.
Várias obras do grande Doutor da Igreja foram escritas para responder às perguntas pertinentes que lhe fazia Marcelino.
Foi acusado por hereges donatistas (do bispo Donato, que considerava inválidos os sacramentos administrados por religiosos em pecado) de ser cúmplice de um usurpador, Heracliano. Tal acusação levou o conde Marino a condená-lo à morte em 13 de setembro de 411, apesar das intervenções veementes de santo Agostinho a favor do seu amigo Marcelino.
Um ano após a sua morte, o próprio imperador percebeu o erro da sua condenação. A Igreja passou a honrá-lo como mártir, pois reconheceu a sua luta contra a heresia donatista e as calúnias formuladas por eles.
São Marcelino viveu por volta do ano 410. Era um alto funcionário a serviço do Império Romano na cidade de Cartago, no extremo Norte da África, a poucos quilômetros da Sicília, na Itália. Era tabelião, ou seja, trabalha com o reconhecimento de assinaturas e escrituras. Além disso, era Tribuno, uma espécie de porta-voz do povo frente às autoridades romanas.
Esses cargos eram bastante valorizados no império romano.
Discípulo de Santo Agostinho
Não se sabe como Marcelino se tornou cristão, mas sabe-se que ele foi um fiel sábio, extremamente dedicado, além de ser discípulo e amigo pessoal de Santo Agostinho, o convertido que se tornou bispo de Hipona, também no Norte da África. Sabe-se também que São Marcelino foi casado, pai de família honrado e respeitado por todos.
Participação nas obras de Santo Agostinho
Santo Agostinho escreveu algumas de suas obras mais importantes após consultas realizadas por São Marcelino. Entre elas estão: "Sobre o Espírito Santo", "Sobre a remissão dos Pecados", e a mais importante, intitulada "Sobre a Santíssima Trindade". Infelizmente, porém, São Marcelino não pôde ler nenhum deles, pelo fato de ter sido martirizado.
Perseguições e heresia
No ano 310, Diocleciano, imperador romano, ordenou que o povo entregasse os livros sagrados contrários às crenças romanas e que estes fossem queimados. Alguns cristãos que entregaram as Sagradas Escrituras passaram a ser considerados traidores da Igreja. Nesse mesmo ano um novo bispo foi eleito em Cartago. Chamava-se Ceciliano. Porém, sua eleição não foi aceita porque contou com o voto de vários bispos traidores. Um desses traidores era um bispo chamado Donato. Ele ensinava que somente pessoas santas podiam administrar os sacramentos. Pessoas comuns, pecadores, não poderiam administrar sacramentos segundo o donatismo. E a igreja de então se dividiu entre donatistas e não donatistas.
São Marcelino assume a posição da Igreja
São Marcelino era contrário ao donatismo, pois defendia que os sacramentos podem ser administrados por pessoas comuns, pois, na verdade, ninguém é santo senão Deus. E São Marcelino estava certo. Pouco tempo depois, a Igreja baniu a heresia donatista. Porém, por ser contrário ao donatismo, São Marcelino foi denunciado como cúmplice de Heracliano, um inimigo do então imperador Honório. Por isso, foi preso e condenado á morte.
Justiça romana reconhece o erro
Somente um ano após a morte de São Marcelino a justiça de Roma reconheceu oficialmente que errou. Assim, a acusação de traição que pesava sobre ele foi anulada. Então, São Marcelino passou a ser venerado como mártir, pois afinal, morreu por defender a posição da Igreja de Jesus Cristo, não cedendo nem para salvar sua vida.
Oração a São Marcelino
“Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que São Marcelino governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”
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