quarta-feira, 5 de abril de 2023

EVANGELHO DO DIA 5 DE ABRIL

Evangelho segundo São Mateus 26,14-25. 
Naquele tempo, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e disse-lhes: «Que estais dispostos a dar-me para vos entregar Jesus?». Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata. E a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para O entregar. No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?». Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de tal pessoa, e dizei-lhe: "O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo. É em tua casa que Eu quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos"». Os discípulos fizeram como Jesus lhes tinha mandado e prepararam a Páscoa. Ao cair da noite, sentou-Se à mesa com os Doze. Enquanto comiam, declarou: «Em verdade vos digo: um de vós há de entregar-Me». Profundamente entristecidos, começou cada um a perguntar-Lhe: «Serei eu, Senhor?». Jesus respondeu: «Aquele que meteu comigo a mão no prato é que há de entregar-Me. O Filho do homem vai partir, como está escrito acerca dele. Mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser entregue! Melhor seria para esse homem não ter nascido». Judas, que O ia entregar, tomou a palavra e perguntou: «Serei eu, Mestre?». Respondeu Jesus: «Tu o disseste». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Cirilo de Jerusalém(313-350) 
Bispo de Jerusalém, doutor da Igreja 
Catequese Baptismal 13, § 6 
«O meu tempo está próximo. É em tua casa
que Eu quero celebrar a Páscoa» 
Queres que te demonstre que Cristo sofreu a sua Paixão voluntariamente? Os outros homens morrem de má vontade, pois morrem nas trevas; mas Ele dizia antes da sua Paixão: «Eis que o Filho do Homem Se entregou para ser crucificado» (Mt 26,2). Sabes por que foi que este misericordioso não fugiu à morte? Para evitar que o mundo inteiro sucumbisse nos seus pecados. «Eis que subimos a Jerusalém e o Filho do Homem vai ser entregue e crucificado» (Mt 20,13) e ainda: «Ele tomou resolutamente o caminho de Jerusalém» (Lc 9,51). Queres também ficar com a segurança de que a cruz é, para Jesus, uma glória? É Ele que to diz, e não eu. Judas, cheio de ingratidão, preparava-se para O entregar; saindo da mesa depois de beber o cálice da bênção, em jeito de agradecimento por esta bebida da salvação, decidiu verter sangue inocente. Ele que comera o pão do seu Mestre, agradeceu-Lhe de modo vergonhoso entregando-O. Depois Jesus disse: «É chegada a hora em que o Filho do Homem será glorificado» (Jo 12,23). Vês como Ele sabe que a cruz é a sua glória? Não que antes tenha existido sem glória, pois fora glorificado «com a glória que tinha antes da fundação do mundo» (Jo 17,5). Mas então era glorificado eternamente como Deus, enquanto agora o era por ter merecido a coroa pela sua constância na prova. Ele não foi obrigado a deixar a sua vida, não foi forçado a imolar-Se, mas avançou livremente. Escuta as suas palavras: «Tenho o poder de entregar a minha vida e tenho o poder de a retomar» (Jo 10,18); é por minha inteira vontade que cedo aos meus inimigos, pois se Eu não quisesse, nada aconteceria. Ele veio portanto voluntariamente para a Paixão, contente com esse ato, sorrindo à coroa, feliz por salvar a humanidade.

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