segunda-feira, 3 de abril de 2023

EVANGELHO DO DIA 3 DE ABRIL

Evangelho segundo São João 12,1-11. 
Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. Ofereceram-Lhe lá um jantar: Marta andava a servir e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Jesus. Então, Maria tomou uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-Lhos com os cabelos; e a casa encheu-se com o perfume do bálsamo. Disse então Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que havia de entregar Jesus: «Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários, para dar aos pobres?». Disse isto, não porque se importava com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa comum, tirava o que nela se lançava. Jesus respondeu-lhe: «Deixa-a em paz: ela tinha guardado o perfume para o dia da minha sepultura. Pobres, sempre os tereis convosco; mas a Mim, nem sempre Me tereis». Soube então grande número de judeus que Jesus Se encontrava ali e vieram, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes resolveram matar também Lázaro, porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Gregório de Nissa(335-395) 
Monge, bispo 
O perfume do nardo 
O perfume do Esposo 
Uma mistura sábia e harmoniosa de muitos e diversos aromas, cada um com o seu perfume particular, constitui uma essência perfumada cuja composição toma o nome de nardo, nome que tiramos de uma das plantas odoríferas que entram na sua preparação; o aroma difundido pela união de todos esses aromas particulares é apreendido pela sensibilidade purificada como o bom odor do próprio Esposo. E, se o nardo do Evangelho está de alguma maneira relacionado com o perfume da Esposa [do Cântico dos Cânticos], podemos, se o desejarmos, deduzir do que escrevemos o que era este «nardo puro, de alto preço» que foi derramado sobre a cabeça do Senhor (cf Mc 14,3-9) e encheu toda a casa com a fragrância do seu perfume (cf Jo 12,3). Com efeito, talvez este perfume não seja estranho àquele que permite à Esposa detetar o perfume do Esposo. No Evangelho, ele é derramado sobre o Senhor e enche a sala na qual tinha lugar a refeição. Também aqui me parece que, por uma inspiração profética, a mulher quis significar antecipadamente por este perfume o mistério da morte do Senhor, como Ele próprio testemunha quando diz: «Deixa-a em paz: ela tinha guardado o perfume para o dia da minha sepultura». E ensina-nos que a casa cheia desta boa fragrância significa o mundo inteiro e toda a Terra quando diz que «onde for proclamada esta boa nova pelo mundo, será referido o que ela fez, em sua memória» (Mt 26,13). Tal como no Cântico dos Cânticos o nardo dá à Esposa o odor do Esposo, assim no Evangelho o bom aroma de Cristo, que tinha então enchido toda a casa, comunica-se a todo o corpo da Igreja, por toda a terra e no mundo inteiro.

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