Evangelho segundo São João 3,31-36.
«Aquele que vem do alto está acima de todos; quem é da Terra, à Terra pertence e da Terra fala.
Aquele que vem do Céu dá testemunho do que viu e ouviu; mas ninguém recebe o seu testemunho.
Quem recebe o seu testemunho, confirma que Deus é verdadeiro.
De facto, Aquele que Deus enviou diz palavras de Deus, porque Deus dá o Espírito sem medida.
O Pai ama o Filho e entregou tudo nas suas mãos.
Quem acredita no Filho tem a vida eterna. Quem se recusa a acreditar no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele».
Tradução litúrgica da Bíblia
Bispo de Jerusalém, doutor da Igreja
Catequese batismal n.º 29-31
Recebemos a promessa indefetível da vida eterna
A vida subsistente e verdadeira é o Pai, que, pelo Filho e no Espírito Santo, derrama os dons celestes sobre todos, sem exceção. Graças à sua misericórdia, também nós, homens, recebemos a promessa indefetível da vida eterna. E não devemos recusar-nos a crer, porque «a Deus nada é impossível» (Mt 19,26).
As provas da vida eterna abundam. Ao nosso desejo de a adquirir as divinas Escrituras indicam métodos para lá chegar. Antes de mais, as Escrituras ensinam que a obtemos pela fé, porque está escrito: «Quem crê no Filho tem a vida eterna» (Jo 3,36). Noutra passagem, apontam o martírio e a confissão em Cristo, quando diz: «Quem se despreza a si mesmo neste mundo tem a vida eterna» (Jo 12,25). Dizem também que a vida eterna se ganha antepondo Cristo às riquezas e aos parentes: «E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, terá por herança a vida eterna» (Mt 19,29). E ainda, pela observância dos mandamentos: « Não matarás, não cometerás adultério» (Mt 19,18),respondeu Jesus ao interlocutor que Lhe perguntou: «Mestre, que hei de fazer de bom para alcançar a vida eterna?» (Mt 19,16). E também, como é evidente, guardando-nos das obras más e servindo a Deus, porque São Paulo disse: «Mas agora, que estais libertos do pecado e vos tornastes servos de Deus, produzis frutos que levam à santificação, e o resultado é a vida eterna» (Rm 6,22).
A busca da vida eterna comporta tantos aspetos que, devido ao seu grande número, não falei nela. Com efeito, o Senhor misericordioso não abriu uma única porta, nem uma segunda porta, mas numerosas portas de acesso à vida eterna, a fim de que todos, cada um naquilo que depender de si, possam gozá-la sem dificuldade.
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