segunda-feira, 17 de abril de 2023

EVANGELHO DO DIA 17 DE ABRIL

Evangelho segundo São João 3,1-8. 
Havia um fariseu chamado Nicodemos, que era um dos principais entre os judeus. Foi ter com Jesus de noite e disse-Lhe: «Rabi, nós sabemos que vens da parte de Deus como mestre, pois ninguém pode realizar os milagres que Tu fazes se Deus não está com ele». Jesus respondeu-lhe: «Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus». Disse-Lhe Nicodemos: «Como pode um homem nascer, sendo já velho? Pode entrar segunda vez no seio materno e voltar a nascer?». Jesus respondeu: «Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne e o que nasceu do Espírito é espírito. Não te admires por Eu te haver dito que todos devem nascer de novo. O vento sopra onde quer; ouves a sua voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Beato Maria Eugénio do Menino Jesus 
(1894-1967) 
Carmelita, fundador de Notre Dame de Vie 
O comportamento da alma 
«Todos devem nascer de novo» 
A infância espiritual, feita de uma pobreza ciosamente observada, estava ao alcance de Nicodemos, homem considerável entre os judeus. Ele podia tornar sua a pobreza sem assumir atitudes e uma maneira de falar infantis, mas continuando a observar as exigências da sua categoria e do exercício das suas funções. E tinha de a fazer sua porque, para renascer sob o sopro do Espírito, é preciso ser pobre, confiante e dependente em tudo de Deus. Ou antes, renascer não é senão tornar-se progressivamente criança. Com efeito, enquanto a geração na ordem natural, realizada no seio da mãe, se expande numa separação progressiva até a criança ser capaz de viver uma vida independente e perfeita, a geração espiritual faz-se em sentido inverso, por uma progressiva absorção na unidade. Separados de Deus pelo pecado, somos iluminados pela sua luz, ficamos presos nos laços cada vez mais estreitos do seu amor, até que, tornados verdadeiras crianças, nos percamos no seu seio, vivendo só da sua vida e do seu Espírito. «Os que são movidos pelo Espírito são verdadeiramente filhos de Deus» (Rom 8,14); são aqueles que, pela sua pobreza espiritual e o seu desprendimento de si mesmos, perderam as suas operações próprias e entraram no seio de Deus, onde a sua vida e os seus movimentos dependem em tudo do Espírito que gera para a vida. Tal é o sentido e o valor da infância espiritual. Realizada na perfeição, ela já é santidade.

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