Nasceu em 956 na Bohemia com nome de Voytech. Seu pai era um rico e independente governante do principado de Zlican, que rivalizava com Praga.
Adalberto era um homem bem-educado, tendo estudado durante cerca de dez anos (970-80) em Magdeburgo, sob a orientação de Santo Adalberto de Magdeburgo. Com a morte de seu mentor, ele tomou o nome Adalberto. Superdotado e diligente, Adalberto logo se tornou conhecido em toda a Europa.
Em 980 Adalberto concluiu com êxito os seus estudos na escola de Magdeburgo e voltou então para Praga, onde foi ordenado sacerdote. Em 981 morreram, seu pai, príncipe Slavník, e o seu mentor, Santo Adalberto de Magdeburgo.
Em 982, ainda sem ter completado trinta anos de idade, Adalberto foi feito bispo de Praga. Embora Adalberto descendesse de família rica e pudesse ter conforto e luxo, alegadamente, “viveu de maneira pobre por sua própria vontade”. Era conhecido por “praticar a caridade”, pela austeridade, serviço zeloso à Igreja. O seu trabalho foi dificultado até mesmo na sua Boémia natal, devido à crença “pagã” profundamente enraizada na mente das pessoas. Adalberto combateu a poligamia e a idolatria, que ainda eram comuns entre os checos. Ele também se ressentia muito da participação dos cristãos baptizados no comércio de escravos.
Em 989, renunciou ao seu cargo de bispo e deixou Praga. Foi para Roma e viveu como um eremita no mosteiro de Santo Alexis beneditino.
Quatro anos depois, em 993, o Papa João XV mandou-o de volta para a Boémia. Adalberto tornou-se bispo novamente. Nessa época, ele fundou o mosteiro de Brevnov, perto de Praga, o primeiro em terras checas. No entanto, a nobreza local continuou a opor-se ao seu ministério, fiéis à sua própria religião e costumes. Além disso, segundo a crónica de Cosmas, os altos membros do clero eram um fardo para Adalberto, e em 994 ele ofereceu o seu cargo a Strachkvas, um membro da dinastia Premyslida e irmão de Boleslau II, Duque da Boémia. Strachkvas, no entanto, não aceitou.
Em 995, a antiga rivalidade dos Slavníks com os Premyslids resultou na tomada de Libice e o cruel assassinato de quatro (ou cinco) dos irmãos de Adalberto. Tudo isso foi feito pela vontade de Boleslau II, Duque da Boémia, e os executores eram seus confederados, membros de um poderoso clã de Vrsovci. Assim, o principado de Zlican tornou-se parte do território dos Premyslidas.
Adalberto condenou Vrsovci na igreja e previu que seriam severamente perseguidos. Após a tragédia, ele não poderia permanecer na Boémia e fugiu de Praga, apesar do apelo do Papa para ele voltar à sua sede episcopal. Strachkvas acabou sendo designado seu sucessor. No entanto, quando estava para assumir o cargo de bispo de Praga, morreu repentinamente durante o cerimonial. As circunstâncias de sua morte ainda são obscuras.
Adalberto foi para a Hungria e baptizou Géza da Hungria e seu filho Estêvão, na cidade de Esztergom. Depois seguiu para a Polónia, onde foi calorosamente recebido por Bolesław, o Bravo. Depois da breve visita, Adalberto foi para a Prússia com uma missão cristã.
Adalberto de Praga já em 977 tinha a ideia de se tornar um missionário na Prússia. Depois de ter convertido a Hungria, ele foi enviado pelo Papa para converter, na base da violência, os "pagãos" prussianos. Bolesław, o Bravo, duque da Polônia (mais tarde rei), enviou soldados com Adalberto para garantir a conversão à força. O bispo e seus seguidores – incluindo seu meio-irmão Radim (Gaudêncio) – entraram em território da Prússia e passaram ao longo da costa do Mar Báltico em direção a Gdańsk.
Era um lamentável procedimento padrão de fanáticos missionários cristãos tentar derrubar árvores de carvalho sagrado (ver Iconoclastia), como já haviam feito em muitos outros lugares, inclusive na Saxónia, sem nenhum respeito pela cultura local. Porque as árvores eram adoradas e os espíritos, que se acreditava habitar nelas, eram temidos por seus poderes, isso era feito para tentar “demonstrar” aos não-cristãos que nenhuma força sobrenatural protegia as árvores da fé dos cristãos.
Como eles não atenderam aos avisos para ficarem longe das matas de carvalhos sagrados, Adalberto pagou por seu atrevimento e desrespeito, e foi executado por sacrilégio, e seus correligionários interpretaram o facto como sendo um “martírio”, em abril de 997 na costa do mar Báltico, a leste de Truso (atualmente Elbląg, Elbing), ou perto de Tenkitten e Fischhausen. Há registros de que seu corpo foi comprado por seu peso em ouro por Bolesław, o Bravo.
Alguns anos mais tarde Adalberto foi canonizado como Santo Adalberto de Praga. Sua biografia foi escrita por vários autores em Vita Sancti Adalberti Pragensis, sendo o relato mais antigo atribuído ao bispo Notger von Lüttich, da imperial Aachen e Liège/Lüttich, embora tenha sido assumida por muitos anos que o monge romano João Canapário escreveu a primeira Vita em 999. Outro famoso biógrafo de Adalberto foi São Bruno de Querfurt, que escreveu em sua hagiografia em 1001-1004.
Notavelmente, os governantes da Boémia (isto é, Premyslidas) inicialmente recusaram-se a resgatar o corpo de Santo Adalberto dos prussianos que o assassinaram, por isso foi comprado pelos polacos. Este facto pode ser explicado por Santo Adalberto pertencer à família Slavniks, inimiga dos Premyslidas. Assim, os ossos de Santo Adalberto foram armazenados em Gniezno e ajudou Bolesław I, o Bravo, a melhorar a posição da Polónia na Europa.
Diz-se que em 1039, o duque da Boémia Bretislav I recuperou os ossos de Santo Adalberto de Gniezno e transferiu-os para Praga. Segundo outra versão, ele levou apenas uma parte dos ossos, enquanto que o resto das relíquias de Santo Adalberto (incluindo o crânio) foi escondido pelos polacos (de acordo com Roczniki Polskie) e encontrado em 1127. Em 1928, um dos braços de Santo Adalberto, que Bolesław I tinha dado a Oto III no ano 1000, foi acrescentado aos ossos preservados em Gniezno. Hoje, Santo Adalberto tem duas sepulturas, sendo que ainda não se sabe em qual delas os ossos são autênticos. Por exemplo, o santo tem dois crânios – um em Praga, um segundo em Gniezno (roubado em 1923).
Em abril de 1997, o milésimo aniversário do martírio de Santo Adalberto foi comemorado na República Checa, Polónia, Alemanha, Rússia e em outros países. Representantes das Igrejas católica, ortodoxa grega e evangélica estiveram na ocasião em Gniezno, junto ao túmulo do santo. O Papa João Paulo II visitou Gniezno e realizou um serviço cerimonial divino, do qual participaram dirigentes de sete países europeus e cerca de um milhão de fiéis. Na Óblast de Kaliningrado, perto da vila de Beregovoe (antiga Tenkitten), onde a morte de Adalberto hipoteticamente teria ocorrido, uma cruz de dez metros foi erguida.
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