sexta-feira, 10 de março de 2023

SÃO SIMPLÍCIO, PAPA

Simplício governou a Igreja de 468 a 483 e viu a queda do Império Romano do Ocidente. No tumulto daqueles anos, enfrentou a heresia monofisista, que reconhecia a única natureza divina de Cristo. Reforçou a Igreja na Itália e defendeu o papado durante as desordens causadas pelas migrações bárbaras.
https://www.vaticannews.va/pt/santo-do-dia.html
Papa de 03/03/468 a 10/03/483 
Nascido em Tivoli, ele foi papa em um período atormentado da história ocidental que viu a queda do Império Romano do Ocidente, quando o bárbaro Odoacro em 476 depôs o último imperador Rômulo Augusto. Ao mesmo tempo, a Igreja do Oriente estava perturbada pelas consequências da heresia monofisita, que sustentava que em Cristo havia apenas a natureza divina. Há pouca informação sobre Simplício: ele tomou uma posição clara contra a heresia também contra o imperador oriental Zenão, estabeleceu turnos de presbíteros nas principais basílicas do cemitério e não apenas restaurou e dedicou igrejas a Roma, mas, respeitoso da verdadeira arte, salvou da destruição os mosaicos pagãos da Igreja de S. André.
Etimologia: Simplicio = ingênuo, do latim 
Martirológio Romano: Em Roma, com São Pedro, São Simplício, papa, que, na época das invasões da Itália e de Roma pelos bárbaros, confortou os aflitos, encorajou a unidade da Igreja e fortaleceu a fé. São Simplício, natural de Tivoli, exerceu o ministério papal de 468 a 483, num período atormentado tanto pela vida da Igreja como pela do Estado. Como se sabe, Odoacro, uma vez que os pedidos de terras para cultivar feitos por seus hérulos não foram atendidos, cortou toda hesitação: removeu Orestes, depôs seu filho Rômulo Augusto, o último representante imperial, que foi relegado a uma villa napolitana com uma renda anual de 6.000 libras de ouro e enviou de volta a insígnia imperial ao imperador do Oriente, Zenão. Nem mesmo estes, por outro lado, tiveram uma vida tranquila, porque em 475-476 ele teve que enfrentar a revolta de Basilisco: ele só conseguiu superá-la com a ajuda de Teodorico, rei dos ostrogodos, que então também expulsou Odoacro. Esta série de mudanças não permaneceu sem consequências também para a vida da Igreja, tanto no Ocidente como no Oriente. Odoacro, de fato, e também Teodorico eram seguidores da heresia ariana, enquanto Basilisco confiou em sua revolta particularmente nos seguidores da heresia monofisita. O monofisismo havia sido despertado por Dióscoro, patriarca de Alexandria, no Egito, e sobretudo pelo monge Eutiques: sua tese central, que também lhe deu o nome, era que em Cristo há apenas uma natureza, a divina. Apesar da importante e enérgica intervenção de São Leão Magno, a heresia triunfou por ocasião do chamado "latrocínio de Éfeso", mas dois anos depois a doutrina ortodoxa foi claramente afirmada no Concílio de Calcedônia, que tomou como artigo de fé o documento de São Leão Magno. Este concílio também emitiu o famoso cânon 28, que reconheceu uma preeminência do patriarcado Constantinopolitano, que foi contestado como uma inovação perigosa pelos enviados de São Leão Magno e também foi combatido por São Simplício. A controvérsia sobre o monofisismo durou algum tempo: o imperador Zenão também foi responsável por isso, que em 482 tentou um compromisso impossível com seu Henoticon, contra o qual o papa Simplício tomou uma posição clara. Além dessa defesa da genuína doutrina cristã, São Simplício tornou-se meritório por ter restaurado e dedicado algumas igrejas romanas, como S. Stefano Rotondo e S. Bibiana, e, mostrando respeito por toda arte válida, foi ele quem ordenou que os mosaicos pagãos da igreja de S. Andrea fossem salvos da destruição. Suas relíquias são veneradas em Tivoli. 
Autor: Piero Bargellini

Nenhum comentário:

Postar um comentário