Com a Ascensão de Jesus, o Rio da Vida que brota do trono de Deus não foi desviado do nosso tempo. Ele está sempre a jorrar num permanente Pentecostes. O Espírito é dado e acolhido com dom do Ressuscitado. Ele se comunica como uma Pessoa. No A. Testamento os homens quiseram construir uma torre que chegasse até o céu: “Criaremos fama e não nos dispersaremos” (Gn 11,4). Esse é um sonho da humanidade: fama e unidade. Não funcionou porque não tinham o Espírito de Deus, mas do orgulho. Confundiram-se a língua e se dispersaram. Sem o Espírito de Deus, é difícil nos entendermos. Em Pentecostes, os apóstolos, reunidos no mesmo lugar, abertos ao fogo do Espírito construíram não uma torre, mas uma rede de comunicação na qual falavam e todos entendiam em sua língua natal (At 2,4-6). Construíram uma Igreja. A língua do Espírito pode ser entendida por todos. É como um rio de Água Viva que brota de cada um (Jo 7,38). O Espírito que animou o barro do primeiro homem, moveu os patriarcas, iluminou os profetas, deu a Vida ao seio de Maria e conduziu Jesus, está presente nos apóstolos e em todos os que acolhem a Palavra. “Ele faz novas todas as coisas” (Ap 21,5). Esse rio de Água Viva brota do altar de Deus presente no coração de cada um, onde o Espírito ora com gemidos inenarráveis” (Rm 8,26). Por ele, o Espírito renova a face da terra.
Médico das almas.
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, Jesus se colocou no meio deles e disse: “A paz esteja convoco... a quem perdoardes os pecados eles lhes serão perdoados” (Jo 20,22). A paz do Espírito cura o coração e devolve a vida. Por isso Ele é médico, luz, benfeitor, descanso; Ele lava, rega, abranda, guia. Jesus, com seu Mistério Pascal de morte e Ressurreição, infunde em cada um seu Espírito e o torna capaz de ser membro do Corpo de Cristo, pois, “apesar de numerosos constituímos um só corpo com Cristo” (1Cor 12,12). Não podemos viver sem o Espírito Santo. Cada um o recebe de um modo diferente e enriquecedor. Maria “fora habitada de tal modo pela Palavra de Deus que toda a energia de acolhimento se torna consentimento; Por ela e pelo Espírito o Verbo se fez carne.” (J.Corbon). Cristo, na morte, é puro consentimento ao amor do Pai, por isso ressuscitado pelo Espírito (Rm 8,11). Os discípulos, frágeis, mas acolhedores, foram transformados pelo Espírito. Ele é o médico que cura o que está destruído.
Gememos por um Espírito
A terra seca pede a chuva, a noite pede o sol, a dor pede o alívio, o vazio pede vida. Nós pedimos o Espírito que nos conforta, fortalece, cura e ilumina. Pentecostes cura Babel, que quer dizer confusão. O mundo contemporâneo, como em todos os tempos, é um rebanho sem pastor. Está frágil e é pasto de lobos, disfarçados de ovelhas, até dentro das Igrejas. Para curar nossa Babel, temos que infundir no coração aquela Palavra de Jesus: “Eu vos dou a paz, eu vos dou minha paz!” (Jo 14,27). Dar o Espírito sem medida é nossa missão. Deixemos que o Espírito Santo penetre nosso coração para podermos, também nós, irradiar a vida. Isto acontece em cada celebração na qual formamos Corpo com Cristo e damos Glória ao Pai.
Leituras:Atos 2, 1-11;Salmo 103;
1Co 12,3b-7;12-13; João 20,19-23.
1. Com a Ascensão de Jesus, o rio da vida não foi desviado de nossa tempo. Jorra um permanente Pentecostes. No AT. os homens quiseram construir uma torre com sonho de fama. Deus confundiu sua linguagem porque partiam do orgulho. Em Pentecostes, os apóstolos quiseram construir uma rede de comunicação na qual falavam e todos entendiam em sua língua natal. Construíram a Igreja. O Espírito moveu os antigos até chegar ao seio de Maria e conduziu Jesus. Está presente em todos os que acolhem a Palavra.
2. Jesus deu a paz e a reconciliação que cura o coração e desenvolve a vida. Ele é medido, luz, benfeitor, descanso. Jesus com seu Mistério Pascal, infunde no fiel o Espírito e o torna capaz de ser membro do Corpo de Cristo. Cada um recebe o Espírito a seu modo.
3. Nós pedimos o Espírito que nos conforta, fortalece e ilumina. Pentecostes cura Babel. O mundo necessita do Espírito. Para curar nossa Babel, temos que infundir no coração aquela palavra de Jesus: a paz. Deixemos que o Espírito penetre nosso coração para podermos irradiar a vida. Isso acontece em cada celebração na qual formamos o Corpo de Cristo e damos glória ao Pai.
Fogo morro acima
Papai tem um provérbio que diz: “Chuva morro abaixo, fogo morro acima e certas pessoas no rumo da festa, ninguém segura!”.
O fogo do Espírito lançado no mundo no dia de Pentecostes, ninguém segura mesmo!
O Espírito tem uma linguagem que é entendida por todos. É a língua do amor que anuncia a salvação. Em Babel foi o orgulho que confundiu as línguas. O Espírito Santo restaura a unidade dos povos.
Pentecostes não é só maravilha é também dom. Em cada um acontece uma vinda do Espírito Santo com dons para o bem do Corpo de Cristo. Ninguém segura esse fogo.
O maior dom é o dom da reconciliação universal até extremo do amor.
Homilia da Solenidade de Pentecostes(31.05.2009)
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