quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

REFLETINDO A PALAVRA - “Todos admitidos à mesma herança”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Magos vieram do Oriente.
 
O tempo de Natal oferece diversos aspectos da Manifestação do Senhor. Estamos unidos ao Mistério Pascal de Cristo, contemplado a partir do Nascimento. Neste tempo são diversos os símbolos que ocorrem. Todos eles, no evangelho de Mateus, reclamam às palavras: “segundo as Escrituras”. Os acontecimentos acontecem como estavam preditos. Cristo não é um fato isolado na História da Salvação. Ele é o Salvador prometido. Os Magos não podem ser simplesmente figuras simpáticas do folclore natalino. Não podemos nos fixar no aspecto lendário, no número, na cor, no nome, na proveniência e na sepultura. (Na catedral de Colônia, na Alemanha, há um belíssimo relicário, em forma de caixão de ouro, dos três reis Magos – Será?). O fundamental é o ensinamento de Paulo sobre o mistério revelado: “Os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa de Jesus Cristo por meio do Evangelho” (Ef 3,6). Essa Manifestação (Epifania) é temática fundamental da celebração natalina que envolve diversos acontecimentos: pastores, Magos, judeus (no batismo) e discípulos em Caná. Ele se manifesta como o Redentor prometido, conforme a profecia de Balaão: "Um astro surge dos acampamentos de Israel” (Nm 24,17). A estrela é um dos símbolos de Cristo. Os Magos viram a estrela no Oriente. Vêem agora a Estrela sobre o Menino. Ele é o Sol que surge, lá onde vem a Justiça misericordiosa para judeus e pagãos. O Menino é o Oriente, visível a quem tem o coração puro: “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8). O Rei que acaba de nascer é o Salvador.
Sentiram uma alegria muito grande. 
A alegria muito grande que sentem os Magos, ao verem a Estrela parar sobre o lugar onde estava o Menino (Mt 2,9-10), é a alegria e a luz da futura Jerusalém restaurada de todos os sofrimentos e atração para todos os povos. E a alegria da Igreja, nova Jerusalém, aberta a todos os povos da terra. Todos os povos têm direito a essa alegria. A Estrela do Oriente ilumina os novos caminhos da humanidade, como os Magos que voltaram por outro caminho, livres da maldade do eterno Herodes que quer acabar com o Menino, esperança do mundo (Mt 2,12). Herodes e Jerusalém, com ele, ficaram perturbados com a notícia do nascimento do Rei (Mt 2,3). Evoca-me o mundo em que vivemos na grande cidade, um mundo que se tornou uma aldeia. Estamos profundamente ligados aos 7 bilhões de habitantes que se incomodam com a presença do Menino, mas estão abertos ao mistério. Como vamos anunciar o Menino, para que sua Luz abra novos caminhos de esperança? 
Ofertas misteriosas 
“Os Magos, quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua Mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus tesouros e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra” (Mt 2,11), presentes das nações, significando e reconhecendo a Realeza, a Divindade e a Paixão de Cristo. O grande ensinamento da festa da Epifania é a abertura da Igreja aos povos acolhendo suas riquezas. Para nós, como aos Magos, há sempre novos caminhos. Na Eucaristia, não mais “oferecemos estes dons, mas o próprio Jesus Cristo, imolado e recebido em comunhão nos dos que o simbolizam” (O. das oferendas). 
Leituras:Isaias 60,1-6;Salmo 71;
Efésios 3,2-3ª.5-6; Mateus 2,1-2
1. O Natal oferece diversos aspectos da Manifestação do Senhor. Eles respondem ao que a Escritura predisse. Cristo não é um fato isolado na História da Salvação. Não é um fato lendário. É a realização do ensinamento: todos são admitidos à mesma herança e promessa. A Manifestação envolve diversos acontecimentos: pastores, Magos, Judeus e discípulos. Ele é o Redentor prometido, a Estrela predita por Balaão. O Menino é o Astro que os corações puros podem ver. 
2. A alegria dos Magos, ao verem a Estrela, é a alegria da futura Jerusalém restaurada e atração para todos os povos. Ela ilumina o caminho dos povos. Os Magos voltaram por outro caminho. Jerusalém e Herodes nos lembram as grandes cidades que se incomodam com a presença do Menino. Como vamos anunciá-lo a esse mundo? 
3. Os Magos adoraram e ofereceram presentes: ouro, reconhecendo a realeza; incenso, a divindade; mirra, o sofrimento da Paixão. A festa ensina que a Igreja se abre a todos os povos, acolhendo suas riquezas. Na Eucaristia oferecemos o Dom que é Jesus. 
Navegando nas estrelas. 
Aqueles velhinhos, como carinha de inocente e muita poesia, vendo estrela de dia, pareciam presa fácil à “raposa” Herodes (quem o chama assim é Jesus). Mas eram espertos. Souberam despistar o rei e voltar a seus paises depois de adorarem o Menino. Deus abre a todos a salvação. Hoje se repete a história: A Igreja tem que se abrir aos povos. A fé dos povos será maior, na medida em que a Igreja se fizer singela em buscar o Menino. Os Magos vieram em camelos, mas navegavam na estrela guia. Realizavam o projeto de Deus. O dom da Redenção era para todos os povos. Somos também missionários para todos os povos. 
Homilia da Epifania do Senhor(04.01.2009)

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