muito devoto do Sagrado Coração de Jesus
e da Imaculada Conceição,
partidário da Comunhão frequente.
Beatificado em 2003.
Valentino Paquay - Ludovico era o seu nome de baptismo - da Ordem dos Frades Menores, nasceu em Tongeren (Bélgica) a 17 de Novembro de 1828. Quando era jovem, sentiu-se profundamente tocado pela misericórdia divina, durante um sermão a que assistiu. Surgiu assim a sua vocação sacerdotal e religiosa. Procurou então seguir o exemplo dos Santos, tendo sempre diante dos olhos figuras como João Berchmans e Luís Gonzaga.
Desejava também ele obedecer de coração à vontade de Deus, ser a vontade de Deus realizada completamente na medida da graça divina e da generosidade de um coração jovem. Transcorreu quase toda a sua vida, como religioso, em Hasselt. Nos seus sermões, o tema principal era o amor de Deus por todos nós. Mesmo quando falava de assuntos como o pecado e o inferno, a sua consideração final referia-se constantemente à misericórdia de Deus, que é sempre maior que o coração humano. Pregou muitos retiros sobre este tema. A sua vocação específica era o confessionário. No clima do seu amor, todos se sentiam livres de confessar os seus pecados.
Permanecia muito tempo durante a noite na igreja a rezar por estes homens de boa vontade, assumindo sobre si uma parte da penitência pelos seus pecados. Sentia grande amor pela Sagrada Escritura. Mostrava de maneira viva a actualidade das palavras de Jesus, convidando assim os fiéis a um encontro verdadeiro com o próprio Senhor.
Faleceu em Hasselt (Bélgica) a 1 de Janeiro de 1905, depois de uma vida simples, transcorrida na penumbra do confessionário e na sua cela, que era muito simples: uma cama de madeira, um genuflexório alto, uma mesinha e uma cadeira. A um irmão que se lamentava porque lhe tinha sido tirada a sua cadeira, respondeu: “Tenho presente uma boa cadeira”, e deu-lhe a sua.
Desta forma, Padre Valentino queria ser o mais pequenino, o menor face a qualquer outro indivíduo. O seu ideal missionário aproxima-se do Cura d'Ars e da pequena Teresa de Lisieux. No centro da sua Província, o pequeno padre, enfermo, frágil, vítima da varíola foi conforto para o seu povo atormentado de Hasselt, visitando os doentes, sempre em comunhão espiritual com os seus irmãos de hábito e com toda a Ordem dos Frades Menores. Dedicou toda a sua vida à escuta dos corações e das almas, evitando qualquer manifestação de privilégio, qualquer louvor desmedido, querendo assemelhar-se cada vez mais a Francisco de Assis, consciente dos limites e debilidades características de todos os seres humanos.
Homilia do Santo João Paulo II
- 9 de Novembro de 2003:
“O Padre Valentino Paquay é, sem dúvida, um discípulo de Cristo e um padre segundo o coração de Deus. Apóstolo da misericórdia, ele passava longas horas no confessionário, com o dom particular de conduzir novamente os pecadores ao caminho recto, recordando aos homens a grandeza do perdão divino. Colocando no centro da sua vida de sacerdote a celebração do Mistério eucarístico, ele convidava os fiéis a aproximarem-se com frequência da comunhão do Pão da Vida.
Como tantos santos, o Padre Valentin colocou todos os jovens sob a protecção de Nossa Senhora, invocada na igreja da sua infância, em Tongres, como Causa da nossa Alegria. Seguindo o seu exemplo, faço votos por que possais servir os vossos irmãos, para lhes dar a alegria de reencontrar Cristo em verdade!”
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