segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Pauline Jaricot, Leiga,Beata, Fundadora (+ 1862), 09 de Janeiro

Pauline-Marie Jaricot nasceu em Lyon 
no dia 22 de julho de 1799 
e morreu em 9 de janeiro de 1862, aos 63 anos. 
Ela é a fundadora da obra católica 
Fundação para a Propagação da Fé. 
Era irmã do Abade Philéas Jaricot. 
Biografia 
Pauline-Marie era a caçula de oito irmãos; pequeno industrial do ramo da seda, seu pai preferiu que um padre “refratário” (que não concordava com os dogmas heréticos da Revolução Francesa e se mantinha ligado ao Vaticano) a batizasse, em vez de batizá-la pelo pároco da Paróquia de Saint-Nizier, que era um “jureur”, ou seja, havia se submetido às regras dos revolucionários e jurado fidelidade ao governo laico e ateu. Durante a sua infância, Pauline ouvia sempre falar, na sua família muito católica, dos grandes feitos dos missionários. Na juventude, adoeceu em conseqüência de uma queda. Sua mãe teria feito uma promessa, oferecendo sua própria vida em favor da cura da filha. Promessa eficaz, uma vez que ela morreu tão logo Pauline ficou curada. O luto fez com que a mocinha despreocupada começasse a refletir. Após uma homilia do Abade Wurtz sobre a vaidade, a jovem decidiu se confessar e, a partir de então, abandonou todas as suas jóias, passando a se vestir como uma operária. Então, fez voto de castidade de corpo e de espírito, mesmo se dando conta de que não tinha vocação religiosa. Em 1817, após receber uma espécie de inspiração divina durante o Domingo de Ramos, Pauline criou um grupo de caráter informal, “As Reparadoras do Coração Ignorado e Desprezado de Jesus”. Foi então que ela ficou sabendo, por intermédio de seu irmão Philéas, seminarista em Saint-Sulpice, que as Missões Estrangeiras de Paris enfrentavam sérias dificuldades financeiras. Para angariar fundos, Pauline e suas “Reparadoras” criaram, então, uma associação estruturada em dezenas, centenas, milhares, cada um devendo dar uma moeda por semana para a propagação da fé. Foi em 1822 que esta associação tornou-se oficialmente a Fundação para a Propagação da Fé, obra que desempenharia um papel de primordial importância no desenvolvimento missionário francês no Século XIX (ver Missões Católicas nos Séculos XIX e XX). No fim do Século XIX, a obra já estava presente em todos os países da Cristandade. Seriamente doente do coração, Pauline decidiu partir em peregrinação a Mugnano, ao túmulo de Santa Filomena, cujo culto era ainda controverso. Foi inicialmente recebida em Roma pelo Papa Gregório XVI perguntando-lhe se, caso retornasse curada, isto seria um milagre suficiente para fazer avançar com a causa da santa. O Soberano Pontífice respondeu-lhe que sim, convencido de que se tratava de uma moribunda e que não devia negar-lhe este consolo, como o segredou em italiano a algumas religiosas presentes. Pauline chegou a Mugnano após uma viagem cansativa sob o calor do mês de agosto (ainda verão no hemisfério Norte). Era a véspera da festa de Santa Filomena e a multidão de peregrinos se espremia; no dia seguinte, Pauline participou da missa e comungou, e em seguida desmaiou: acharam que ela havia morrido, porém ela voltou a si e pediu que a conduzissem até o túmulo da santa, e foi então que ela ficou milagrosamente curada. O Superior do convento fez soar os sinos para anunciar a novidade, enquanto a multidão exultava de alegria. Após permanecer alguns dias em Mugnano, orando em agradecimento à graça alcançada, Pauline retornou a Roma, onde o Papa aprovou sua obra para a Propagação da Fé, dando-lhe a sua bênção papal. Pauline morreu em 9 de janeiro de 1862 na miséria e no mais completo esquecimento, vítima de total indiferença, “desconsiderada, roubada de sua obra” (segundo Yannick Essertel). Foi enterrada no jazigo familiar, no cemitério de Loyasse; posteriormente, em 1922, seus restos mortais foram transferidos para a igreja de Saint-Nizier, onde repousam perto do altar da Virgem Maria, no transepto Sul. Seu coração se encontra guardado na igreja de São Policarpo. O Papa João XXIII declarou-a venerável em 1963.
Tradução e Adaptação: Gisèle do Prado
Fontes do texto (em Francês) · G. Naïdenoff, Pauline Jaricot, Lyon, Mediaspaul, 1986 · Yannick Essertel, L'aventure missionnaire Lyonnaise, Les éditions du Cerf, 2001 
Link interno (em Francês) · Missions catholiques au XIXe et au XXe siècles

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