segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

EVANGELHO DO DIA - 16 DE JANEIRO

Evangelho segundo São Marcos 2,18-22. 
Naquele tempo, os discípulos de João e os fariseus guardavam o jejum. Vieram perguntar a Jesus: «Por que motivo jejuam os discípulos de João e os fariseus, e os teus discípulos não jejuam?». Respondeu-lhes Jesus: «Podem os companheiros do noivo jejuar enquanto o noivo está com eles? Enquanto têm o noivo consigo, não podem jejuar. Dias virão em que o noivo lhes será tirado; nesses dias, jejuarão. Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho, porque o remendo novo arranca parte do velho e o rasgão fica maior. E ninguém deita vinho novo em odres velhos, porque o vinho acaba por romper os odres, e perdem-se o vinho e os odres. Para vinho novo, odres novos». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Pedro Crisólogo(406-450) 
Bispo de Ravena, doutor da Igreja 
Sermão sobre Marcos 2; PL 52, 287
O vinho novo das bodas do Filho 
«Porque é que nós jejuamos e os teus discípulos não jejuam?».
Porquê? Porque para vós o jejum é imposto pela Lei; não é um dom espontâneo. Em si mesmo, o jejum não tem valor; o que conta é o desejo daquele que jejua. Que proveito pensais tirar do vosso jejum, se jejuais constrangidos e forçados pela Lei? O jejum é um arado maravilhoso para lavrar o campo da santidade. Ora, como poderiam os discípulos de Cristo, que foram enviados a trabalhar no campo já maduro da santidade e comem o pão da colheita nova, ser obrigados a praticar jejuns que se tornaram caducos? «Podem os companheiros do noivo jejuar enquanto o noivo está com eles?». Aquele que se casa entrega-se inteiramente à alegria e participa no banquete: mostra-se afável e alegre com os convidados, e faz tudo o que o seu afeto pela esposa lhe inspira. Enquanto viveu neste mundo, Cristo celebrou as suas bodas com a Igreja; era por isso que tomava parte nas refeições para as quais era convidado. Cheio de benevolência e amor, mostrava-Se humano, acessível e amável; pois Ele veio para unir o homem a Deus e fazer dos seus companheiros membros da família de Deus. Do mesmo modo, diz Jesus: «Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho». Esse pano novo é o tecido do Evangelho, que está em vias de ser entretecido com a lã do Cordeiro de Deus: uma veste real, que o sangue da Paixão irá em breve tingir de vermelho. Cristo não podia aceitar unir esse pano novo com a vetustez do legalismo de Israel. Pois «ninguém deita vinho novo em odres velhos, porque o vinho acaba por romper os odres, e perdem-se o vinho e os odres. Para vinho novo, odres novos». Esses odres novos são os cristãos. O jejum de Cristo purificará esses odres de toda a sujidade, para que o sabor do vinho novo permaneça intacto. Desse modo, o cristão torna-se o odre novo, pronto a receber o vinho novo, o vinho das bodas do Filho, pisado na prensa da cruz.

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