Viveu entre os séculos VI e V a.C. Ao voltar do exílio babilônico, denunciou a religiosidade exterior dos seus conterrâneos, que nada tinha a ver com Deus e a justiça. Exortava ao encontro com o Senhor e profetizava a vinda do mensageiro de Deus, João Batista.
Sofá, Palestina, ca. 519 até 425 a.C.
O livro do profeta Malaquias encerra, no Antigo Testamento, a série de profetas menores. Emblemático é o fato de que os últimos versículos falam de um mensageiro do Senhor enviado para restabelecer o relacionamento correto entre Deus e seu povo. Uma profecia messiânica que nasce no coração da história de Israel, mas não se limita ao contexto em que se originou. Malaquias opera algumas décadas após a reconstrução do templo, que ocorreu por volta de 520 aC, depois de retornar do exílio. Nesse período, eles já haviam profetizado e exortado os profetas Ageu e Zacarias a olhar para frente. Mas a reconstituição do rito templário aparece muitas vezes esvaziada da sua verdadeira alma: a celebração do amor de Deus em acção na história. A voz de Malaquias se eleva para denunciar o desinteresse e a exterioridade, a distância do Senhor e a injustiça. A solução proposta pelo santo profeta é a de uma preparação para o encontro com o Senhor. Uma mensagem que ressoa particularmente apropriadamente neste período do Advento.
Martirológio Romano: Comemoração de São Malaquias, profeta, que, depois de seu retorno da Babilônia, predisse o grande dia do Senhor e sua entrada no templo e que sempre e em toda parte uma pura oblação deve ser oferecida ao seu nome.
São Malaquias é o último dos profetas menores da Bíblia, a quem os judeus chamam para este "Selo dos Profetas". Pouco ou nada se sabe de sua vida, ele era da tribo de Zebulom e nasceu em Sofa; ele certamente viveu após o exílio babilônico (538 aC), durante a dominação persa, no entanto, não pode ser determinado com certeza se suas profecias são antes, contemporâneas ou depois do retorno de Esdras à Palestina (sumo sacerdote judeu, codificador do judaísmo, século V-IV aC).
Uma vez que os livros do Antigo Testamento de Esdras e Neemias não mencionam Malaquias, pode-se inferir que ele viveu depois deles, variando as hipóteses de 519 a 425 a.C.
O livro de Malaquias lida com os problemas morais relacionados à comunidade judaica, de volta do cativeiro babilônico e ao qual ele repreende as queixas contra a Providência de Deus, estimulando-a a arrepender-se.
Ele destaca a "eleição" de Israel, que não é apenas um privilégio honorífico de Deus, mas implica obrigações, como todo dom divino; ele repreende os sacerdotes que negligenciam e ofendem a dignidade de Javé e o culto que lhe é devido.
Na acusação contra a negligência, ele é intransigente e condena os casamentos mistos, defende a indissolubilidade do casamento; o livro termina com uma visão escatológica (isto é, aquela que seguirá a vida terrena e o fim do mundo), anunciando a vinda do mensageiro de Deus, que fará uma seleção do bem em seu povo; nesta profecia podemos prefigurar a vinda de João Batista.
Os Padres concordam em ver em Malaquias a prenúncia profética do sacrifício da Missa, com Jerusalém perdendo o título de "lugar onde devemos adorar", e Jesus instituindo o rito eucarístico para toda a humanidade.
No livro de Malaquias, o sentido da justiça imutável de Deus e da universalidade da verdadeira religião é grandemente difundido.
Autor: Antonio Borrelli
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