A Festa da Concepção da Santa Mãe de Deus por Sant’Ana, muito comentada pelos Santos Padres da Igreja dos primeiros séculos, entre os quais Santo Efrém (370), teve sua primeira celebração litúrgica na Palestina, no início do século VIII. Aos poucos a Festa estendeu-se a muitas Igrejas do Oriente e, no século X, já constava como celebração obrigatória em todos os calendários da Igreja Bizantina. O abraço e o afeto que Joaquim e Ana trocam, é a representação iconográfica da grande Festa que a Igreja celebra Maria, descendia da família de Abraão e Davi da qual deveria nascer o Redentor, segundo a promessa de Deus, após a queda. Ela é o primeiro e mais belo fruto da Redenção, a obra-prima da Criação e concebida plenamente humana para dar à luz ao Senhor plenamente humano e plenamente Divino. As duas naturezas do Senhor (divina e humana) encontram fundamento teológico no pensamento da Igreja Oriental, porque Maria, a Mãe de Jesus, é filha da raça humana e por isso herdou dela a sua humanidade e por ser Filho de Deus, é de natureza divina. Tirar de Maria as características que a fazem humana é tirar do Senhor a sua humanidade; é cair no monofisismo. De acordo com o Terceiro Concílio Ecumênico, Concílio de Éfeso (431), consideramos também Maria a MÃE DE DEUS, a Theotokos. Ela é próxima de Deus e supera em dignidade todos os seres criados e os espíritos celestes. Esta é a razão porque a Igreja Ortodoxa venera a Mãe de Deus como sendo superior aos Querubins e Serafins. Nas celebrações da Divina Liturgia cantamos o hino que nos faz recordar esta verdade: «Verdadeiramente é digno e justo …» (ver Hirmós acima) Mesmo a Igreja prestando veneração a “Teotokos”, Maria não é adorada como deusa e nem assim pode ser confundida pelos cristãos.
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