sábado, 5 de novembro de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “Um caminho espiritual com Jesus”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SACERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Espiritualidade de conversão
 
Iniciamos a preparação para a Páscoa. Já há séculos que a Igreja iniciou esse tempo litúrgico. De início, havia o jejum de preparação para os que seriam batizados. Os fiéis uniam-se a seu jejum para prepararem a Páscoa. A Quaresma é um tempo de maior seriedade, mais oração e mais leitura da Palavra de Deus. O povo de Deus tem muitas expressões religiosas para viver esse tempo. Temos também a Campanha da Fraternidade que traduz em atos um ensinamento que procura curar males de nossa sociedade. Seu lema nesse ano é: “Escolhe, pois, a vida”. É a pregação de respeito à vida em todos os sentidos e em todas as condições. Deus quer o homem e a mulher vivos e respeitados. Iniciamos a Quaresma pela imposição das cinzas. Não é uma bênção ou um remédio ou perdão para nossos pecados. A cerimônia ensina que somos pó e ao pó vamos voltar. Por isso, durante a vida, temos que sacudir o pó da maldade para que Deus, desse barro, forme o homem novo, ressuscitado em Cristo. Ouvimos o convite de Paulo aos coríntios: “Deixai-vos reconciliar com Deus...” (2Cor 5,20). Toda a Quaresma é um tempo propício para a conversão. É um momento de puxar um pouco as rédeas de nossas distrações da vida e de gastar mais tempo com as coisas de Deus. Paulo continua: “No momento favorável eu te ouvi e, no dia da salvação, eu te socorri. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (2Cor 6,2). A Campanha da Fraternidade é um aspecto da conversão que devemos refletir. Deus quer a vida para todos. E nós vamos lutar por isso. 
Passos seguros na conversão 
A conversão se faz no interior do coração, não só no exterior. Deus aceita o que é feito para Ele. Há uma trilogia sempre presente na Quaresma: esmola, oração e jejum. Com esses três meios podemos chegar a corrigir a raiz de nossos males e percorrer um caminho seguro de conversão, para celebrar uma Páscoa com os pães ázimos, sem o fermento do pecado. No domingo que vem, o 1º da Quaresma, vamos ouvir a narrativa das tentações de Jesus, que sintetizam todas as tentações pelas quais passamos. Jesus, e nós também, somos tentados com o pão (os bens materiais). Para vencer, temos a partilha, que é chamada de esmola; Tentados pelo poder, que é expressão do orgulho, do desejo de ser deus, vencemos pela oração humilde e reconhecedora de nossos males. Tentados com o prazer da riqueza, vencemos pelo jejum. Resumindo, vencemos o egoísmo, raiz e fonte do pecado. Se formos abertos a Deus e aos irmãos, damos passos seguros na conversão. Há um caminho a ser seguido e uma meta a ser atingida: a Páscoa de Jesus. Vivendo com Ele o caminho da Quaresma, com Ele subimos ao Calvário e, com Ele, ressuscitamos na Páscoa. 
Espiritualidade Pascal 
Sabemos que o Ano Litúrgico tem três esquemas que se repetem a cada três anos (Ano A. B e C). Esse primeiro ano, o A, tem uma característica batismal. É como um grande rito do batismo. Se há adultos a serem batizados, podem seguir esse caminho. A comunidade, celebrando a Quaresma, retoma a caminhada de seu Batismo. Nos 3º, 4º e 5º domingos, temos leituras muito próprias para essa reflexão. Mostram-nos Jesus como a Água Viva, a Luz e a Vida. O Batismo é a união à Páscoa de Jesus. Por eles fazemos a entrada em seu mistério de passagem para o Pai, pela morte à ressurreição. A espiritualidade pascal inicia-se pela retomada do Batismo, no qual morremos ao pecado e ressuscitamos para uma vida nova. Recebendo as cinzas, escolhamos uma penitência que nos ajude na conversão de algum mal ou nos estimule na pratica de um bem.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM FEVEREIRO DE 2008

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