sexta-feira, 7 de outubro de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “Viva esperança da ressurreição”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SACERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Rezar pelos mortos
 
Desde os inícios, a Igreja, professou sua fé na ressurreição dos mortos, como ensina Paulo em 1Cor 15. Sempre creu também que sua oração a Deus pelos mortos tem sentido de ajuda para sua purificação e perdão dos pecados de sua vida. Podemos ver nas catacumbas tantos sinais de vida sobre as lápides dos túmulos. Manifestam a fé na ressurreição e a certeza de que podemos rezar pelos mortos. As orações litúrgicas, aos poucos, introduzem textos de orações pelos mortos. Nas orações das missas de Finados encontramos pedidos pelos mortos: “Concedei aos nossos irmãos que, tendo professado o mistério da nossa ressurreição, mereçam alegrar-se na eterna felicidade” (oração - 2ª missa); Rezamos também: “Acolhei as nossas oferendas por nossos irmãos que partiram, para que sejam introduzidos na glória com Cristo” (oferendas - 1ª missa). Pedimos sua entrada no Céu: “Acolhei a nossa oferenda em favor dos que adormeceram em Cristo, para que, por este sacrifício, livres dos laços da morte, obtenham a vida eterna” (oferendas - 3ª missa). Pedimos a purificação de seus pecados: “Ó Deus de misericórdia, purificai no Sangue de Cristo, pelo poder deste sacrifício, os pecados de nossos irmãos falecidos e concedei-lhes o pleno perdão do vosso amor aos que lavastes nas águas do batismo” (oferendas - 2ª missa); “Nós vos rogamos, ó Deus, em favor de nossos irmãos falecidos, a fim de que, purificados pelos mistérios pascais, se alegrem com a futura ressurreição” (Pós-comunhão 2ª missa). A oração pelos mortos é uma súplica, feita na caridade, para que sejam perdoados e entrem no Céu. Rezamos pelos mortos por amor, pois Cristo “une os vivos e mortos no seu mistério de amor” (of. 1ª missa).
Meu Redentor vive 
A certeza da ressurreição nasce da certeza de que o Senhor é minha luz e salvação, como rezamos no salmo 26. É salvação porque é Vida. Nós temos essa vida a partir do momento que temos fé. Quando Jesus ressuscita Lázaro (Jo 11,17-27), declara: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo se estiver morto viverá, e todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (25). Jó, afirma, dentro de sua miséria total: “Eu sei que meu Redentor vive... e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus” (Jó 19,25-26).
Viver em Cristo 
A vida cristã se explica por sua união a Cristo: “Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com Ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova. Pois, se fomos, de certo modo, identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a Ele também pela ressurreição” (Rm 6,4-5). Como Cristo está vivo, nós, sendo inseridos nele pelo batismo, vivemos nele. O poder da oração pelos mortos está em nossa união a Cristo que vive. Ela aumenta em nós a capacidade de amar. Esta capacidade de amar é purificadora do pecado. Assim nós ajudamos nossos irmãos que morreram, que não podem fazer por si, a serem libertados dos pecados que não causam a morte: “Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não o conduz à morte, que ele ore e Deus dará a vida a este irmão” (1Jo 5,16): Rezar pelos mortos é a certeza de que estão vivos e unidos a nós! 
Leituras: 
1ª missa: Jó 19,1.23-27; Salmo 26; Romanos 6,3-9; João 11,17-27. 
2ª missa: 2Macabeus 12,43-46; Salmo 102; Romanos 6,3-4.8-9; João 11,21-27. 
3ª missa:Isaías 25,6ª-7-9; Salmo 129; 1Tessalonicenses 4,13-18; João 14,1-6. 
1. A Igreja sempre professou sua fé na ressurreição dos mortos, como também que sua oração pelos mortos tem sentido de purificação e perdão de seus pecados. A oração pelos mortos é uma súplica, feita na caridade, para que sejam perdoados e entrem no Céu. Rezamos pelos mortos por amor pois Cristo “une os vivos e mortos no seu mistério de amor” 
2. A certeza da ressurreição nasce da certeza de que o Senhor é minha luz e salvação. Quando ressuscita Lázaro diz: Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo se estiver morto viverá (Jo 11,25). Jó declara em sua miséria: “Eu sei que meu Redentor vive... e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne verei a Deus” (Jó 19,25). 
3. A vida cristã se explica por sua união a Cristo no Batismo. O poder da oração pelos mortos está em nossa união a Cristo. Ela aumenta em nós a capacidade de amar. Esta capacidade é purificadora do pecado. Ajudamos em sua recuperação da vida. João ensina a rezar pelo irmão que comete um pecado que não leva à morte. E Deus lhe dá a vida. Rezar pelos mortos é a certeza de que estão vivos e unidos a nós. 
Um jardim florido 
Em Finados fazemos questão de ir a um cemitério para satisfazer um sentimento dolorido que nos causa a morte. Mas há uma contradição interessante: tantos mortos ali concentrados, mas só vemos as luzes das velas e as flores. Ressoam o silêncio das orações. Quem sabe, as lágrimas pelo vazio de nossos queridos. Foi essa a experiência de Jesus diante do túmulo de Lázaro: compartilhar a dor das duas irmãs. Mas dar a certeza: “aquele que crê em Mim, não morrerá jamais”. A fé na ressurreição é a grande flor e a imensa luz que animam a viver. A morte deveria nos animar a deixar a injustiça, a agressividade, a burrice em não querer amar e prejudicar os outros. 
Homilia de Finados
EM NOVEMBRO DE 2007

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