domingo, 2 de outubro de 2022

02 DE OUTUBRO: SÃO CIPRIANO, HIEROMÁRTIR († 304) E SANTA JUSTINA, VIRGEM E MÁRTIR († 304)

São Cipriano era um homem nobre e muito rico, filósofo em Cartagena da Líbia e viveu nos anos do imperador Décio. Converteu-se à fé cristã já adulto, aos quarenta anos de idade, tendo vivido até então como um pagão. Conta-se que depois de sua conversão, encontrou a paz e a felicidade, o que sempre havia buscado, mas que, por diversas circunstâncias, não havia podido alcançar. E esta felicidade, entre outras coisas, a viu clara ao entregar sua vida aos pobres do Evangelho. Esta é a principal constante na vida de todos os santos. Tal era o prestígio que Cipriano desfrutava entre os fiéis de Cartago que, dois anos apenas depois que se tornou um cristão, o elegeram bispo e chefe da Igreja na África. Entretanto, a perseguição aos cristãos pelo imperador Décio teve início e, os mesmos fiéis que tanto o amavam aconselharam-no a esconder-se. E assim, salvou sua vida, pelo menos por algum tempo Sim, porque, algum tempo depois, teve início uma nova onda de perseguição aos cristãos, desta vez sob Valeriano, e Cipriano foi preso e desterrado depois. Mais tarde teve de apresentar-se em Cartago onde morreu no dia 02 de outubro do ano 257. 
[Para saber mais sobre São Cipriano] 

(†258) Bispo de Cartago e Mártir

Táscio Cecílio Cipriano nasceu no norte da África, provavelmente em Cartago, entre os anos 200 e 210 dC. Filho de família abastada, recebeu formação superior, dedicando-se à oratória e advocacia. Converteu-se ao Cristianismo, já adulto, por volta de 245. Três anos depois foi eleito bispo de Cartago. Foi degolado nas imediações da cidade, na presença de grande multidão de cristãos e pagãos, aos 14 de setembro de 258, durante a perseguição de Valeriano.

A Igreja na época de São Cipriano vivia intenso fervor. As sangrentas perseguições, que desde Nero (ano 64 dC) a sacudiam, somente faziam aumentar o fervor, e os mártires entregavam suas vidas com amor e fé.

Mesmo com todo este fervor, surgiam grupinhos de hereges que, desejosos de 'autonomia', pregavam uma doutrina diferente da dos Apóstolos e dos Bispos da Santa Igreja de Cristo. Para combater estas heresias, Cipriano divulga por volta do outono do ano de 251, como ele mesmo diz, um livrinho de conduta cristã denominado: "Catholicae Ecclesiae Unitate" - "A Unidade da Igreja Católica".

São maravilhosas as palavras de São Cipriano. Ele demonstra uma clareza de idéias e um espírito decidido na meta que almeja alcançar. Homem de Deus, baseou-se totalmente nas escrituras para defender a unidade da Igreja Católica, o Primado de Pedro, e outras Santas Doutrinas recebidas diretamente dos Apóstolos.

Martírio de São Cipriano

No dia décimo oitavo das calendas de outubro pela manhã, grande multidão se reuniu no campo de Sexto, conforme a determinação do procônsul Galério Máximo. Este, presidindo no átrio Saucíolo, no mesmo dia ordenou que lhe trouxessem Cipriano. Chegado este, o procônsul interrogou-o: "És tu Táscio Cipriano?" O bispo Cipriano respondeu: "Sou".

O procônsul Galério Máximo: "Tu te apresentastes aos homens como papa do sacrílego intento?" Respondeu o bispo Cipriano: "Sim".

O procônsul Galério Máximo disse: "Os augustíssimos imperadores te ordenaram que te sujeites às cerimônias". Cipriano respondeu: "Não faço".

Galério Máximo disse: "Pensa bem!" O bispo Cipriano respondeu: "Cumpre o que te foi mandado; em causa tão justa, não há que discutir".

São Cipriano, detalhe de um mosaico do século VI que representa a procissão dos mártires, na Basílica de Santo Apolinário Novo, Ravena

Galério Máximo deliberou com o seu conselho e, com muita dificuldade, pronunciou a sentença, com esta palavras: "Viveste por muito tempo nesta sacrílega idéia e agregaste muitos homens nesta ímpia conspiração. Tu te fizeste inimigo dos deuses romanos e das sacras religiões, e nem os piedosos e sagrados augustos príncipes Valeriano e Galieno, nem Valeriano, o nobilíssimo César, puderam te reconduzir à prática de seus ritos religiosos. Por esta razão, por seres acusado de autor e guia de crimes execráveis, tu te tornarás uma advertência para aqueles que agregaste a ti em teu crime: com teu sangue ficará salva a disciplina". Dito isto, leu a sentença: "Apraz que Tarcísio Cipriano seja degolado à espada". O bispo Cipriano respondeu: "Graças a Deus!"

Após a sentença, o grupo dos irmãos dizia: "Sejamos também nós degolados com ele". Por isto houve tumulto entre os irmãos e grande multidão o acompanhou. E assim Cipriano foi conduzido ao campo de Sexto. Ali tirou o manto e o capuz, dobrou os joelhos e prostrou-se em oração ao Senhor. Retirou depois a dalmática, entregando-a aos diáconos e ficou de alva de linho e aguardou o carrasco, a quem, quando chegou, mandou que os seus lhe dessem vinte e cinco moedas de ouro. Os irmãos estenderam diante de Cipriano pano de linho e toalha. O bem-aventurado quis vendar os olhos com as próprias mãos. Não conseguindo amarrar as pontas, o presbítero Juliano e o subdiácono Juliano o fizeram.

Desde modo morreu o bem-aventurado Cipriano. Seu corpo, por causa da curiosidade dos pagãos, foi colocado ali perto, de onde, à noite, foi retirado e, com círios e tochas, hinos e em grande triunfo, levado ao cemitério de Macróbio Candiano, administrador, existente na via Mapaliense, junto das piscinas. Poucos dias depois, morreu o procônsul Galério Máximo.

Mártir santíssimo Cipriano foi morto, no dia décimo oitavo das calendas de outubro, sob Valeriano e Galieno imperadores, reinando, porém, nosso Senhor Jesus Cristo, a quem a honra e a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

Tradução e publicação neste site com permissão de:
Trad.: Pe. André

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