domingo, 18 de setembro de 2022

SANTA SOFIA

Justiniano orientando um dos arquitetos na construção de Santa Sofia.
Iluminura do manuscrito “Crónica de Santa Sofia”, século VI,
Vaticano, Biblioteca Vaticana.
Sofia, em grego, significa sabedoria. 
Não obstante, sobre esta Santa, com este nome e que a Igreja recorda em 18 de setembro, sabe-se muito pouco. O Menológio da Liturgia grega – isto é, o volume que contém hinos e orações dedicadas a cada Santo em cada dia do ano - comemora Santa Sofia junto com Santa Irene, mártires em Chipre, sobre as quais faz alusão à sua decapitação. 
Em que século viveu? 
Várias tradições são confusas até sobre a época em que Sofia viveu: para algumas, a Santa faria parte dos primeiros cristãos; enquanto para outras, ela viveu na época bizantina. É certo, porém, que foi o Cardeal César Baronio, no século XVI, a incluir Sofia e Irene na sua obra Martyrologium Romanum, estabelecendo sua memória litúrgica em 18 de setembro.
Outra Sofia 
Muitas vezes, a história de Sofia, mártir em Chipre, se entrelaça com aquela, bem mais legendária, de Sofia que foi martirizada em Roma, durante o império de Trajano (século I-II d.C.), e comemorada em 30 de setembro. De origem grega e venerada no Oriente, Sofia, esposa de Filandro, teria dado à luz três filhas: Vera, Nadezda e Liubov. Curiosamente, ao longo dos séculos, as três jovens foram associadas às três virtudes teologais de Fé, Esperança e Caridade, talvez, graças ao significado sábio do nome materno. 
O Suplício 
Ao tornar-se viúva, Sofia teria dedicado a sua vida à ajuda e assistência aos prisioneiros cristãos. Porém, teria sido exatamente esta sua atividade caritativa a despertar a ira do imperador. Segundo as lendas, Trajano a convocou e lhe pediu para renunciar à fé cristã. No entanto, Sofia recusou-se e, como castigo, foi submetida ao suplício do flagelo. Mas, dizem, que outra terrível tortura a aguardava: assistir à tortura à qual foram submetidas suas três filhas, que passaram pelo chicote, a espada e o fogo. Apesar dos sofrimentos, as jovens não desistiram. Por isso, os algozes foram obrigados a decapitá-las. Sofia recolheu seus corpos estraçalhados e deu-lhes uma sepultura digna sobre uma colina, fora da cidade. Três dias depois, consumida pelo sofrimento, a mulher caiu morta sobre o túmulo das suas filhas. 
Traslado dos restos mortais 
A veneração das quatro mulheres aumentou ao longo dos anos, até que, no século VIII, o Papa Paulo I teria mandado transferir os restos mortais das mártires da Via Aurélia para a igreja de São Silvestre, no Campo Márcio.

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