Evangelho segundo São Lucas 8,16-18.
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Ninguém acende uma lâmpada para a cobrir com uma vasilha ou a colocar debaixo da cama, mas coloca-a num candelabro, para que os que entram vejam a luz.
Não há nada oculto que não se torne manifesto, nem secreto que não seja conhecido à luz do dia.
Portanto, tende cuidado com a maneira como ouvis. Pois àquele que tem, dar-se-á; mas àquele que não tem, até o que julga ter lhe será tirado».
Tradução litúrgica da Bíblia
presbítero de Antioquia,
bispo de Constantinopla,
doutor da Igreja
Homilias sobre os Atos dos Apóstolos,
n.º 20, 3-4; PG 60, 162
«Mas coloca-a num candelabro»
Não há pessoa mais insensata que um cristão que não se aplica a salvar os outros. Não podes argumentar com o pretexto da pobreza, pois a viúva que deu as duas moedinhas levantar-se-ia para te acusar (cf Lc 21,2); e Pedro, que dizia: «Não tenho ouro nem prata» (At 3,6), assim como Paulo, que era tão pobre que frequentemente passava fome e carecia de bens necessários (cf 1Cor 4,11). Também não podes objetar com a humildade das tuas origens: também eles eram de modesta condição. A ignorância não será melhor desculpa, pois também eles eram iletrados. Tampouco invoques a doença, já que Timóteo era dado a frequentes indisposições (cf 1Tim 5,23). Não digas que não podes reconduzir os outros ao bom caminho, porque, se és cristão, é impossível que tal não aconteça. Cada árvore dá o seu fruto próprio (cf Mt 7,17s) e, como não há contradição na natureza, isto que dizemos é verdade, porque deriva da própria natureza do cristão. É mais fácil a luz ser trevas do que o cristão deixar de brilhar.
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