domingo, 11 de setembro de 2022

BEATO BOAVENTURA DE BARCELONA, RELIGIOSO FRANCISCANO

Boaventura, da Ordem dos Frades Menores, passou 17 anos pelos conventos da Catalunha, fazendo-se as tarefas mais humildes. Como grande Reformador, instituiu os "Retiros", um retorno à espiritualidade franciscana original. Era chamado "apóstolo de Roma" pela sua obra na cidade, onde morreu em 1684. 
Mestre na espiritualidade franciscana, nascido em1620, em Riudons, Tarragona, ocupou sempre os cargos mais humildes, e assim como São Francisco nunca foi ordenado sacerdote. Sua família era de grande fé e vivência cristã, mas muito humilde. Por isso, o pequeno Miguel não pôde ir à escola, pois ainda adolescente foi obrigado a trabalhar no campo e a guardar o gado. Desejava muito ser religioso. No entanto, para obedecer ao pai, aos dezoito anos, casou-se, embora tenha combinado com sua noiva viverem como irmãos. Meses depois, enviuvou. Em 1640, entra, conforme seu anseio, no convento dos frades menores, com o nome de Boaventura, em honra do santo franciscano por ele tão venerado. Exerceu os trabalhos mais modestos: cozinheiro, porteiro, enfermeiro e esmoler, em vários conventos da Catalunha. Sentindo-se chamado a promover a reforma da Ordem, apesar da sua pouca erudição e baixa cultura, pediu licença para se transferir para Roma, onde chegou, em 1658, depois de ter visitado Loreto e Assis. Com suas virtudes e santidade, apesar de não ter recebido ordens sacras, foi difundindo o seu ideal de reforma, apoiado por Alexandre VII, que muito o considerava, e outros Papas. Auxiliado pelos cardeais Barberini e Facchietti, fundou o primeiro convento reformado, Santa Maria das Graças, em Poggio Mirteto. Outros mais foram surgindo: Montório Romano, São Cosimato, no Tívoli, e o de S. Sebastião, no Palatino, aos quais, já depois de sua morte se juntaram os de Florença e Prato. Era considerado grande mestre em direção espiritual tanto dos indivíduos como das comunidades, porém, apesar de pressionado muitas vezes, jamais se achou digno de tornar-se sacerdote. Ocupou, no entanto, cargos de chefia nos conventos reformados: guardião, vigário e visitador. À semelhança de S. Francisco, vivia em extrema pobreza e julgava-se o mais indigno dos servos de Deus. Foi enriquecido com dons sobrenaturais extraordinários: discernimento dos espíritos, conhecimento do íntimo dos corações, êxtases e visões celestes. Sua piedade era eminentemente prática, sem grandes especulações nem intelectualidades, mas perfeitamente adaptada à vida e temperamento de cada um. A simplicidade de maneiras, a austeridade de vida, a pureza de alma e a doçura de coração formaram a grandeza de sua santidade sempre desejosa de fazer o bem e comunicar aos outros o amor imenso e misericordioso de Deus. Morreu, a 11 de Setembro de 1684, no Retiro do Palatino, em Roma, por entre a admiração dos irmãos a quem ele confiou, através de uma reforma de costumes conventuais, o mais puro e austero da espiritualidade de Francisco de Assis.

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