Mafalda de Portugal, era filha do segundo rei português, D. Sancho I e de sua esposa Dona Dulce de Barcelona. Nasceu em Coimbra por volta de 1197 e foi a Ultima filha da família real de Portugal.
Em 1215, contando apenas dezoito anos, casou com Henrique I de Castela, ainda menor, o qual faleceu pouco depois em 1217. Este casamento que não tinha sido consumido, foi anulado pelo Papa em 1216.
Por disposição testamentária de seu pai, Mafalda devia receber em herança o Castelo de Seia, assim como os rendimentos deste, “podendo usar o título de rainha, enquanto senhora desse mesmo castelo; recebia também o mosteiro de Bouças”.
Como no caso de sua irmã Sancha, esta situação causou problemas com seu irmão Afonso, então rei de Portugal, “que desejando centralizar o poder, obstou à prossecução do testamento do pai, impedindo a infanta-rainha de receber os títulos e os réditos a que tinha direito - de facto Afonso II temia que esta pudesse passar a eventuais herdeiros o vasto património que o testamento lhe legava, criando assim um problema à soberania do rei de Portugal e dividindo quase o país ao meio”.
Esta contendo só se terminou com a morte de Afonso II e a subida ao trono de Portugal de seu filho D. Sancho II, o qual “resolveu o problema, concedendo os rendimentos dos castelos às tias, nomeando os seus alcaides de entre os nomes que estas propusessem, pedindo-lhes apenas que renunciassem ao título de rainhas - assim se estabeleceu enfim a paz no reino, em 1223”.
Mais tarde, tornou-se monja cisterciense, e fundou a abadia de Arouca. Faleceu no mosteiro de Rio Tinto, nas proximidades do Porto. Quando o seu corpo foi mais tarde exumado para ser trasladado para a abadia de Arouca, foi descoberto incorrupto, o que gerou uma onda de fervor religioso em torno do corpo da infanta.
Este fervor continuou pelos séculos adiante e, em 27 de Junho de 1793, Mafalda de Portugal foi beatificada pelo Papa Pio VI, acompanhando assim nas honras dos altares, suas duas irmãs: Teresa e Sancha.
Afonso Rocha
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