quarta-feira, 6 de abril de 2022

SÃO PEDRO DE VERONA, PRESBÍTERO DOMINICANO E MÁRTIR

Filho de maniqueístas, Pedro opôs-se logo à sua família ao entrar para a Ordem Dominicana. O Santo foi um firme defensor da doutrina católica, a ponto de ser nomeado Inquisidor Geral para a Lombardia. Faleceu como mártir, em 1252, assassinado pelos mesmos heréticos dos quais foi opositor.
São Pedro de Verona nasceu no final do século XII, em Verona na Itália, era filho de hereges maniqueus. Ainda jovem, deixa a heresia e se converte à religião católica. Quando era estudante na Universidade de Bolonha, conheceu são Domingos e inspirado pela pregação do santo fundador, pediu a admissão na nascente Ordem dos Pregadores, recebendo o hábito das mãos do próprio Domingos. Exerceu seu ministério apostólico na pregação entre os hereges cátaros, onde conseguiu muitas conversões. Foi prior várias vezes, sendo muito zeloso pela vida regular conventual. Em 1251 foi nomeado inquisidor, missão apostólica que exerceu com bastante zelo e misericórdia. No dia 06 de junho de 1252 foi martirizado por um grupo de hereges. Nos momentos finais de seu martírio, emitiu a profissão de fé, e com o dedo ensanguentado, escreveu na terra: Eu creio. As leituras que temos nessa comemoração estão em estreita sintonia com a vida desse santo mártir. Na primeira leitura (2Tm 2,3-13) temos frei Pedro que é partícipe dos sofrimentos de Cristo como um bom soldado. A fidelidade ao Evangelho de Nosso Senhor é o que importa, mesmo que isso possa custar a vida. O mundo pode tirar a vida humana, só que a fé e esperança na ressurreição de Cristo, faz do homem um crente na vida eterna, pois para os cristãos, a morte não existe. São Pedro de Verona não sofreu para glória própria, senão pelo Evangelho, ele não foi covarde e preferiu ser “considerado malfeitor por causa do Evangelho” que conservar sua vida para a glória dos homens. O martírio de Pedro foi a glorificação de Cristo e do Evangelho, foi signo de que a Palavra de Deus não pode ser algemada, o sangue dos mártires é fertilidade para a Igreja. O evangelho escolhido para a celebração (Lc 12, 4-12) coroa as virtudes de São Pedro de Verona. Aqui o próprio Jesus confirma a valentia de frei Pedro: Não tenha medo daqueles que matam o corpo [...] tema aquele que tem o poder de mandar para o inferno [...] aquele que me confessar diante dos homens também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus. Mas quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus (Lc 12, 4-5.8-9). O santo mártir dominicano foi exemplo de fidelidade a Deus e à Igreja, não temeu aos homens, sim ao Senhor. E mais, além de dar sua vida por Cristo, até o último suspiro de vida, professou a fé católica, sendo verdadeira testemunha do amor a Deus. Nos últimos momentos, imitando ao Redentor, disse as palavras: Senhor em suas mãos eu entrego o meu espírito. Ajoelhou-se, professou o Símbolo da Fé e antes do último alento de vida, ainda teve forças para escrever com seu sangue na terra suas últimas palavras: Eu creio. São Pedro não disse isso por conta própria, ele se fiou na promessa de Jesus, que prometeu aos que passassem por perseguições por causa da fé: não estejais solícitos de como ou do que haveis de responder, nem do que haveis de dizer. Porque na mesma hora vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar (Lc 12, 11-12). Que a exemplo de são Pedro de Verona sejamos fiéis à fé da Igreja, e que por sua intercessão, obtenhamos de Deus as forças necessárias para sermos testemunhas vivas de Cristo nesse mundo. 
Frei Henrique-Cristiano Bhering, OP

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