Foi uma longa caminhada de esforços e procura sincera de rever, reorganizar e repropor os objetivos da vida espiritual. Temos certeza que Deus faz também a parte dele. Como nos identificamos com seu Filho dileto, recebemos dele a mesma paga: somos ressuscitados com Ele.
“Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com Ele viveremos” (Rm 6,8).
Nossa ressurreição é um fato consequente de nossa união a Cristo.
Como entender nossa ressurreição em relação à ressurreição de Cristo?
O que significa ressuscitar?
Imaginamos ressurreição no fim dos tempos, quando, depois de mortos voltamos à vida, unindo nossa alma ao nosso corpo (que na realidade terá se dissolvido na sepultura).
Este corpo material sofre um processo de transformação espiritual. Temos que levar em conta a questão tempo:
Depois da morte não existe mais tempo.
Por isso podemos dizer que na eternidade, um milhão de anos e um minuto tem a mesma duração.
Já o salmo diz: “Porque mil anos aos teus olhos são como o dia de ontem que passou, e como uma vigília da noite” (Sl 90,4).
Essa nossa ressurreição é garantida pela ressurreição de Cristo.
Mas o que me incomoda mais é a ressurreição do dia a dia, enquanto estamos vivendo o tempo presente.
Para o tempo presente temos duas modalidades de ressurreição, que na realidade é uma só.
A primeira é através dos Sacramentos. Dentro da teologia dos mistérios, nós, através dos ritos sacramentais, refazemos o mesmo caminho que Cristo fez em sua Paixão, Morte e Ressurreição. Estes ritos, explicados pela Palavra de Deus fazem o gesto exterior que explica e realiza a realidade divina acontecida em nós. Por exemplo: no batismo somos imersos na graça de Cristo e em sua vida, realizando o gesto da água que é derramada sobre nós. Ela afoga o mal e nos infunde a vida divina. Não é a água, mas o que ela significa.
O outro modo de ressuscitar com Cristo é refazer seu caminho de entrega a Deus e morte, com a consequente ação do Pai de ressuscitá-lo. Jesus quis explicar seu gesto de entrega a Deus pela morte na cruz através, do lava-pés. O serviço humilde é a expressão mais acabada de todo o projeto de Jesus e o sentido de sua morte: um serviço humilde à humanidade.
“Se eu vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Eu dei-vos o exemplo para que, assim como eu fiz, vós façais também” (Jo 13,15).
Lavar os pés, significa amar.
“Assim como eu fiz, vocês devem fazer. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13,35).
Lavar os pés foi símbolo de sua morte e de sua entrega de amor. Assim, na medida em que servimos os outros, estamos lavando seus pés e morrendo com Ele.
Deste modo estamos ressuscitados com Ele e ressuscitaremos para a vida eterna.
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