A história é mestra da vida; ela sempre nos traz, logo que o tempo permite, fatos, análises, causas e consequências. Percebemos o homem sempre tentando ultrapassar o limite do bom senso. Percebemos que o vírus da destruição se propaga com maior agilidade que a semente do bem que resulta das pesquisas. Assim vemos a performance das armas nucleares, a sofisticação das guerras modernas. Nunca devíamos nos esquecer das lições da velha Torre de Babel, estória nascida da sabedoria de um povo que viu a destruição nascida da ambição humana e do desrespeito à vida.
A pessoa humana não é peça de reposição e não é laboratório para experimentos. Ninguém pode definir as escolhas e opções da genética e nem aprisionar a força criativa. Nada justifica a manipulação genética em se tratando de pessoa humana, imagem e semelhança de Deus. O homem estaria tocando no santuário mais sagrado da vida. Quem pode prever o futuro? Podemos fazer contas e cálculos, mas não sabemos que leis e que força se desestabilizam ou se desencadeiam na genética.
Quem queremos criar na clonagem e na manipulação genética de humanos? Onde queremos chegar? Que preço vamos pagar? Será que não repugna a idéia de um depósito de humanos como peças de reposição, sem direito de serem gerados no amor e no carinho em vez da frieza de um laboratório?
O homem sempre foi surpreendido pelas suas tentativas de descobertas e incursões científicas. A natureza sempre surpreende, não basta a boa intenção. É muito duro ficar a mercê de grandes laboratórios para poder cuidar hoje da saúde, podemos calcular quanto o será no futuro ou quanto deverá custar uma peça humana para reposição, o que aliás já acontece com a venda desavergonhada de órgãos humanos.
Parece que não é suficiente a violência degradante do comércio de órgãos, onde a pessoa lucra e ganha ceifando vidas de irmãos. Temos que crer que esses cientistas sejam monstros que fazem da pesquisa o mais alto valor ético e de desenvolvimento da humanidade. Amanhã Deus não precisará se arrepender de ter criado o homem, nós mesmos vamos lamentar resultados tão adversos onde comandou a ganância ou imperou o desejo da fama e do poder.
Progresso que não respeita a dignidade do ser humano é arma de destruição. Realmente não vamos conseguir assistir a tamanha degradação. Não vamos dizer “Deus está morto”, mas “o homem, imagem e semelhança de Deus se destruiu”.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
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