quarta-feira, 9 de março de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “Nasceu-nos um menino!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
54 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
Nova luz brilhou para nós
 
A liturgia do Natal tem três missas que correspondem às três celebrações que o Papa devia fazer nesse dia: A missa da noite em Santa Maria Maior. Ao terminar essa celebração, ele passava com o cortejo, de manhã, pela Igreja de Santa Anastácia, dos gregos que não celebram nesse dia o Natal. Celebrava a missa da Santa. Depois, pelo dia, celebrava a missa na Igreja de S. Pedro no Vaticano. A tradição passou para todas as Igrejas, dando-nos um repertório litúrgico riquíssimo para o Natal de Jesus. O Papa São Leão Magno compôs a liturgia da noite de Natal. Nela, ele acende todas as luzes do Universo, como rezamos na oração da missa: “Deus, que fizestes resplandecer esta noite santa com a claridade da verdadeira luz”. Isaias proclama que “o povo que jazia nas trevas viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu” (Is 9,1). Com a luz vem a alegria pelo nascimento do Menino. A aparição do Anjo aos pastores envolve-os de luz e de alegria: “Eu vos anuncio uma grande alegria: Hoje nasceu para vós um Salvador” (Lc 2,9-11). A alegria iluminada e iluminadora do nascimento de Jesus traz-nos a segurança de uma grande mudança: Assim escreve o profeta: “O jogo que oprimia o povo, a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais – tu os abateste. Pois nasceu um menino, o príncipe da paz a paz não terá fim” (Is 9,3-6). Com o nascimento de Jesus a alegria ilumina a esperança de um mundo novo que se inicia no Menino de Belém. Nova luz brilha! Há esperança! Cada Natal confirma a esperança. Não se pode duvidar, Deus fez Sua parte no nascimento de Seu Filho dileto.
Manifestou-se a bondade de nosso Deus
A revelação de Deus em seu Filho não foi só uma entidade superior que se manifestou, mas a comunicação de uma comunhão de vida com Aquele que se entrega para nos resgatar. Ele se revela como bondade para conosco: “Apareceu a bondade de nosso Deus”, escreve S. Paulo. É redenção como amor. “Ele se entregou para nos resgatar e purificar para si um povo que lhe pertença e pratique o bem” (Tt 2,12). Amor é o nome do Deus da redenção. Deus é vida, caminho e projeto de vida. Falar de manifestação de Deus é falar de amor que se expande. “Essa é a luz que ilumina todo o homem que vem a este mundo” (Jo 1,9). A encarnação, como toda a vida de Cristo, se realiza no amor transformante. A força desse amor “nos ensina a deixar a iniquidade e viver nesse mundo com equidade, justiça e piedade” (Tt 1,12).
Esses nasceram de Deus 
Aos que O receberam, Deus lhes deu o poder de se tornarem filhos de Deus: os que creram no seu nome” (Jo 1,9). Os pastores testemunharam o acolhimento do recém nascido, na humildade, em uma manjedoura (cocho). Quando dizemos que devemos nascer para Deus, queremos significar acolher a revelação de Deus na humildade. No presépio ou na desolação de uma cruz, chegamos ao mistério da fé. Acolhemos porque cremos, cremos porque amamos. O Natal não é só uma recordação, mas a transformação de um coração para viver a bondade misericordiosa de Deus como um presente de Natal. Como no nascimento de uma crianças, renasce a esperança para um mundo melhor, a celebração do Natal de Jesus faz-nos sentir que temos muito a construir. 
Leituras: 
Noite - Is 9,1-6; Sl 95; Tt 2,11-14;
 Lc 2,1-14;Aurora:Is 52,11-12;Sl 96; 
Tt 3,4-7; Lc 2,15-20; 
Dia: Is 52,7-10; Sl 97; 
Hb,1,1-6; Jo 1,1-5.9-14. 
Ficha: 1. A liturgia do Natal, composta pelo Papa Leão Magno, é cheia de luz. Assim reza a oração da missa: “Deus que fizestes resplandecer essa noite santa com a claridade da verdadeira luz”. Isaías proclama que essa luz veio para os que estavam nas trevas. O Anjo ilumina os pastores. A alegria traz-nos a segurança de uma mudança: Ele é o Príncipe da paz! Há esperança. 
2. A revelação do Natal é a comunicação de uma comunhão com Deus em sua bondade. Ele se entregou para resgatar para si um povo que lhe pertença e pratique o bem. É um amor envolvente. A vida de Cristo se realiza no amor transformante. Esse amor nos ensina a viver no mundo com equidade, justiça e piedade (Tt 1,12). 
3. Aos que O acolheram, deu o poder de se tornarem filhos de Deus, os que creram em seu nome (Jo 1,9). Os pastores acolheram o Menino em sua humildade. Quando dizemos que devemos nascer para Deus, queremos significar acolher a revelação de Deus na humildade. O Natal não é só recordação, mas a transformação de uma recordação para viver a bondade misericordiosa de Deus como um presente de Natal.
Homilia do Natal do Senhor
EM DEZEMBRO DE 2005

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