terça-feira, 15 de março de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “Epifania do Senhor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
54 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
Deus veio para todos os povos
 
A celebração da Epifania do Senhor está intimamente unida à celebração do Natal. Todo tempo do Natal é celebração da manifestação do Senhor. A manifestação do Senhor é celebrada em diversas modalidades: No Natal, na Epifania, no Batismo do Senhor (1º domingo T.Comum) e no 2º domingo do Tempo Comum. Há uma progressão na revelação do mistério. Que Mistério? “Os pagãos são admitidos à mesma herança do povo escolhido (israelita); são membros do mesmo corpo; são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Espírito Santo” (Ef 3,6). Jesus é revelado aos pastores, aos Magos, aos judeus (no Batismo de Jesus) e aos discípulos. É apresentado por Deus como Salvação. No contexto da Epifania, Jesus é a estrela predita no livro dos Números: “Um astro surge de Judá” (Nm 24,17). A estrela é sinal divino de um rei. Não podemos refletir somente a beleza da visita dos Magos. Como o Natal, a Epifania é cheia de luz (Jerusalém iluminada – a estrela). A luz que brilha nesta celebração é a luz a do Cristo Vivo Ressuscitado. O Natal deve ser contemplado a partir do acontecimento pascal. Há, em espanhol uma saudação de Natal que diz: “Felizes Páscoas de Natal”. Ele é o Senhor ressuscitado, pastor de seu povo, o Deus-Conosco. A manifestação de Cristo é para todos. Ele é luz e boa notícia (evangelho) a todos os povos. Na primeira leitura, a cidade de Jerusalém é símbolo que atrai todos os povos. Todo o conjunto da liturgia quer apontar Cristo, como o Rei prometido. Quando se escreve que os Magos são do Oriente, está-se se fazendo referência ao sol que vem do Oriente. O Menino que procuram e encontram é o Sol. A festa abre-nos a Cristo que veio para todos. 
Guiados pela Estrela 
Cristo é o astro luminoso. O profeta Isaías escreve: “Eis que está a terra envolvida em trevas e nuvens escuras cobrem os Povos” (60,2). A revelação do segredo de Deus que é o universalismo da redenção terminou com os exclusivismos da fé judaica que quis se considerar como a única destinatária da escolha de Deus. Já o profeta desfaz esta visão. A estrela guia todos os povos. A universalidade da redenção exige que se leve aos povos o anúncio do Evangelho. Deus entrega à Igreja esta obra de anunciar. Ela deve anunciar e estar sempre se questionando sobre seu modo de ser e anunciar são os meios aptos para o momento atual no qual Deus age. Se não forem, ela se prejudica como também ao projeto de Deus. Deus se faz presente de muitos modos, também hoje. Jesus é o guia de todos, como guiou os Magos. Pela fé, todos os povos têm acesso aos tesouros da redenção. 
Guiai-nos com vossa luz 
Nós somos descendentes dos pagãos aos quais Jesus é também enviado. Uma vez que cremos em Cristo, somos também anunciadores desse mistério. A força missionária da Igreja não se interessa no aumento dos números, mas com levar a todos a mensagem, valorizando as culturas, assumindo-as como aptas a manifestar, celebrar o mistério da redenção e regular a vida cristã. Sempre guiados pela estrela vamos à luz de Cristo. Os tempos atuais trouxeram um grande respeito às outras culturas, o que é bom. Mas cada pessoa tem direito a conhecer Jesus Cristo e se unir a Ele em uma opção de vida. Anunciar o evangelho não é contra as culturas. É um dever que se nos impõe. 
Leituras: Isaias 60,1-5; Salmo 71; 
Efésios 3,2-3.5-6; Mateus 2,1-12. 
Ficha: 1. Natal e Epifania são a mesma festa da manifestação do Senhor. O tempo do Natal traz diversos modos desta manifestação: Natal, Epifania, Batismo, 2º domingo do Tempo Comum: Manifestado aos pastores, aos Magos, aos judeus e aos discípulos. É importante ver o conjunto. Há como que uma progressão. Epifania quer mostrar que Cristo veio para todos os Povos. Jesus é a estrela predita no livro dos Números: ‘Uma estrela surge de Jacó”. O mistério na manifestação tem a luz do Cristo Ressuscitado. 
2. Cristo é astro luminoso. A revelação do segredo de Deus que é o universalismo da Redenção, encerrou o exclusivismo da fé judaica. Cabe à Igreja continuar anunciando que a redenção é para todos. Pela fé todos os povos tem acesso aos tesouros da redenção. 
3. Somos descendentes dos pagãos aos quais Jesus é também enviado. Somos anunciadores desse mistério. À Igreja não interessam os números, mas levar a mensagem valorizando as culturas como aptas para manifestar, celebrar o mistério e regular a vida cristã. O respeito às culturas não elimina o direito que cada um tem de se encontrar com Cristo. 
Homilia da Epifania do Senhor
EM JANEIRO DE 2006

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