quarta-feira, 9 de março de 2022

09 DE MARÇO: SANTOS QUARENTA MÁRTIRES DE SEBASTE, NA ARMÊNIA († 322)

Lembramos hoje o testemunho dos quarenta Mártires que deram tão grande testemunho de fé e coragem que Santo Éfrem disse a seu respeito: “Que desculpa poderemos apresentar ao tribunal de Deus, nós, que , livres de perseguição e torturas, deixamos de amar a Deus e trabalhar na salvação de nossas almas?” O martírio dos Santos 40 Mártires de Sebaste é uma rica lição de fé cristã, perseverança, sacrifício e amor. A história deste martírio tem início no século 4º, quando os cristãos ainda sofriam perseguição. Em 313 os Imperadores Constantino e Licinio, assinaram o Edito de Milão, que dava a liberdade às religiões para a manifestação pública. Próximo ao ano 320, as tropas romanas se estabeleceram na cidade de Sebaste, na Armênia. Entre seus soldados estavam 40 cristãos oriundos da Capadócia (atualmente Turquia). O general romano Agricola os obrigava a prestar culto aos ídolos, porém estes soldados se negavam. Foram então encarcerados e levados como prisioneiros a um lado da cidade de Sebaste. Era inverno e entardecia. Tiraram suas roupas e os puseram sobre o gelo que cobria o lago. O frio imobilizou suas articulações e começaram a se congelar. Na margem do lago havia uma pequena fogueira e só poderia ir até ela para se aquecer quem abjurasse sua fé em Cristo. Durante toda a noite os soldados cristãos suportaram com coragem o frio intenso, consolando-se mutuamente e glorificando a Deus com Salmos e hinos. Quando amanheceu, um dos soldados não suportou a tortura e apressou-se sair do lago, mas antes de chegar próximo à fogueira caiu morto. Logo em seguida, o carcereiro viu que sobre os mártires brilhava uma intensa luz. Agaio, o carcereiro, ficou tão impressionado com aquele milagre que professou sua fé em Cristo. Tirou suas roupas e foi juntar-se aos outros 39 cristãos que estavam dentro do lago congelado. Logo depois, chegaram outros torturadores e observaram que os soldados cristãos não tinham morrido; resolveram então quebrar as suas pernas com martelos e depois lhes atearam fogo. Os ossos carbonizados foram lançados em um rio. Três dias depois, o bispo de Sebaste ficou sabendo do ocorrido com os mártires através de uma visão e ordenou que juntassem os ossos dos soldados cristãos e os sepultou solenemente. De acordo com registros deste martírio, os nomes dos quarenta soldados eram: Viviano, Cândido, Leôncio, Cláudio, Nicolau, Lisiníaco, Teófilo, Quirão, Donulo, Dominicano, Eunóico, Sisínio, Heráclito, Alexandre, João, Anastásio, Valente, Heliano, Ecdício, Euvico, Acácio, Hélio, Teódulo, Cirilo, Flávio, Severiano, Valério, Cuidão, Prisco, Sacerdão, Etíquio, Êutiques, Esmaragdo, Filotiman, Aécio, Xantete, Angias, Hesíquio, Caio e Gorgônio.. A memória dos 40 mártires de Sebaste é celebrada solenemente, mesmo que revestida de simplicidade por cair no tempo da Quaresma 
 Tradução e publicação neste site com permissão de www.ortodoxia.org 
Trad.: Pe. Pavlos Tamanini 
II – Os quarenta mártires de Sebaste 
Terminara o terceiro século da Era Cristã, com todos os horrores dos seus martírios. Já fazia anos que o cristianismo era ao menos tolerado, se não mesmo considerado legítimo; que cada um praticasse a religião que mais lhe agradasse. Contudo podia ainda acontecer que qualquer pequeno chefe se considerasse autorizado a proibir alguma religião, só porque lhe desagradava. Foi o caso de Sebaste, pequena cidade da Armênia, na Ásia Menor. Licínio, governador daquela região, considerou-se no direito de proibir o Cristianismo, e como havia exemplos recentes de cristãos que tinham pago com a vida o atrevimento de se declarar tais, assim também ele autorizou o prefeito de Sebaste, Agrícola, fazer o levantamento religioso de todo seu povo. Por volta do ano 320, entre os soldados que moravam naquela cidade, uns quarenta estranharam a ordem. Decidiram entre eles não esconder a verdade, mas antes apresentar uma carta coletiva, que por boa sorte, foi-nos guardada como verdadeira relíquia, pois nos transmitiu os nomes de quarenta soldados. Eles declaravam-se felizes, se tivessem de padecer qualquer coisa: “Até o presente combatemos e vencemos a serviço dum senhor mortal como nós; agora queremos lutar e vencer sob a bandeira de Cristo, que é o Deus verdadeiro, a quem devemos obediência e adoração”. Seguem ao texto as quarenta assinaturas: Viviano, Cândido, Leôncio, Cláudio, Nicolau, Lisiníaco, Teófilo, Quirão, Donulo, Dominicano, Eunóico, Sisínio, Heráclito, Alexandre, João, Anastásio, Valente, Heliano, Ecdício, Euvico, Acácio, Hélio, Teódulo, Cirilo, Flávio, Severiano, Valério, Cuidão, Prisco, Sacerdão, Etíquio, Êutiques, Esmaragdo, Filotiman, Aécio, Xantete, Angias, Hesíquio, Caio e Gorgônio. Mais de uma vez, na hora de se realizar um batismo, não se concorda na escolha do nome: eis que será um bom serviço, guardar esta folha de jornal. Dará para escolher: um dos 40 santos mártires de Sebaste. Não foi só horrendo o martírio porque doloroso, como também pela duração. Tendo chegado Lísia, o comandante da legião, a esse não faltava iniciativa bastante, para tornar impossível a resistência dos condenados. Estava-se no frio invernal e Sebaste aparecia coberta de gelo. Os coitados foram despidos e assim deixados a tremer. A mais, foi preparado, a alguns metros de distância, abrigo aquecido. Bastava um sinal, que se negava a Cristo e de imediato recebia-se todo alívio que merece um amigo do imperador. Mas ao contrário os mártires animavam-se, rezando: “Somos quarenta, Jesus; mas escolhemos morrer de frio, em honra do quarenta dias de jejum, do nosso Senhor e Deus”. Um dos sentenciados não agüentou e correu abrigar seu miserável resto de vida; ao passo que a sentinela, que estava lá, só para vigiar, tirou sua roupa e lançou-se no gelo, voltando a completar os quarenta a sofrerem martírio. 
Pe. Donato Vaglio – PIME, 
Capelão da Vila São Vicente de Paulo.

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