terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - Viver à altura do Evangelho de Cristo

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
54 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
Para mim, viver é Cristo
Paulo, nesta carta aos Filipenses, dá-nos o belo testemunho de uma vida completamente cristã, isto é, totalmente unida a Cristo. O quê ele não sofreu por Cristo?! Mas nada fez com que se separasse dEle. Ele é assim, porque foi conquistado por Cristo (Fl 3,12). Sua correspondência foi total, a ponto de dizer: “Para mim, viver é Cristo” (Fl 1,23). O apóstolo tem de onde tirar esta “loucura” por Cristo” (1Cor 2,14). É a sabedoria do Espírito: viver à altura de seu evangelho. Vivendo o Evangelho, vive a vida do Espírito e vive Cristo. Para Paulo, sua vida ele a expressa nesta frase: “Meu viver é Cristo”. Para ele, era a mesma coisa viver ou morrer, pois de qualquer modo estava unido a Cristo. A vida em Cristo é sempre muito rica pois Deus é abundante. Em Cristo Ele nos dá tudo. Sacia de tal modo a vida que não temos necessidade de nos desesperar porque nos falte alguma coisa. O que o mundo oferece é bom, mas não é necessário nem urgente. Passamos bem, unidos a Cristo, mesmo nas privações, como também nos diz Paulo. Viver em Cristo é a maior contribuição que podemos dar às pessoas, às instituições e à sabedoria do mundo. Em Cristo, Deus nos deu todas as coisas; oferecendo-O às pessoas através de nossa vida, estamos dando mais do que poderiam pedir. Nem sempre nosso modo de entender é como Deus pensa, pois pensamos no que é passageiro (Is 55,8-9). O testemunho que o cristão dá não está nas palavras ou mesmo em gestos magníficos, mas na densidade de vida de união que temos com Cristo. Dar a vida significa oferecê-la a partir de nossa vida de união a Ele.
O Senhor é amor, paciência e compaixão 
Nossa união a Cristo funda-se em um grande dom: “O Pai nos deu o Filho quando ainda éramos pecadores” (Rm 5,8). Esse dom de Deus que é o Cristo vem a nós, carregado dos atributos de Deus: “Deus é misericórdia e piedade, amor, paciência e compaixão. Muito bom para com todos, a ternura de Deus abraça toda a criatura” (Sl 144). Cristo é a encarnação desta bondade de Deus. Paulo diz, referindo-se a sua entrada no mundo: “Mas quando apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador, e seu amor para com os homens” (Tt 3,4). Estar à altura do evangelho de Cristo é refletir essa bondade. A pastoral que não se impregna desse modo de ser de Deus em Cristo, é programa falido. Isso podemos ver claramente nas pessoas que se bandeiam para outras religiões ou mesmo se afastam da Igreja. Na maioria das vezes isso aconteceu por nossa falta de acolhimento ou até por um mau trato. Faltou ir em busca dos abandonados. Uma igreja cheia de fiéis é uma ilusão. Se há mil dentro, há milhares distantes, necessitados da bondade de Deus. 
Deus é generoso demais 
Na parábola dos operários da última hora entendemos que Deus nos faz justiça e ainda mais, é maior do que nossas exigências. Tudo o que pensamos receber de Deus por termos feito o bem, por termos cumprido nosso dever, Deus nos faz justiça; e essa justiça é misericórdia e generosidade. Sobretudo, nos diz o sentido da parábola, que não devemos ficar enciumados pelos dons que Deus oferece a cada um, mesmo aos que pensamos que não merecem. Basta contemplar o que temos e vem de Deus e veremos que ultrapassou todas as nossas expectativas e vai mais longe do que merecemos. 
Leituras:Isaias55,6-9;Salmo144; 
Filipenses1,20c-24.27a;Mateus20,1-16a. 
Ficha: 1. Para Paulo, seu viver era Cristo. Para ele, viver nesse mundo ou viver com Cristo no Céu era a mesma coisa. Nas duas condições vivia em Cristo. É o fundamental de nossa vida. Viver em Cristo é a maior contribuição que podemos dar às pessoas, às instituições e à sabedoria do mundo. 
2. Nossa união a Cristo funda-se no dom que o Pai nos fez de Seu Filho, quando ainda éramos pecadores. Deus sempre se adianta. Deus é misericórdia, piedade, amor, paciência e compaixão. Cristo é a encarnação dessa bondade de Deus. Estar à altura do Evangelho é refletir essa bondade em nossa vida. 
3. Deus é generoso! A parábola dos trabalhadores da última hora faz perceber que Deus é abundante. Sua justiça é misericórdia e generosidade. O que temos vem de Deus e ultrapassa nossas expectativas. 
Homilia do 25º Domingo Comum
EM SETEMBRO DE 2005

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