Teopento era bispo na época do imperador Diocleciano quem, em 23 de janeiro do ano 303 assinou um edito ordenando a perseguição aos cristãos. Neste tempo, o primeiro a admitir publicamente sua fé em Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado, foi o bispo Teopento. Evidentemente que sabia o que o esperava e, de fato, foi submetido a uma série de torturas que sempre estavam acompanhadas por milagres. Primeiramente, foi posto num forno com fogo aceso saindo ileso. Em seguida, lhe arrancaram um dos olhos, dando-lhe a beber um veneno letal. Tudo isto, porém, não foi suficiente para matá-lo e, terminaram com sua vida após ter sido decapitado. Seus valores, sua fé inquebrantável e o brilho moral que iluminava a vida do mártir iluminou o coração de Teonas, quem havia preparado o veneno. E, estando ainda o corpo do mártir estendido no chão, Teonas declarou sua fé em Cristo. Os idólatras, assombrados com esta declaração, o detiveram e o enterraram vivo.
Assim, Teonas encontrou a salvação de sua alma junto a Teopento. Estes dois mártires nos ensinaram a buscar, acima de tudo, a glória eterna em detrimento das terrenas que são provisórias.
Santa Sinclética nasceu em Alexandria, Egito, de uma rica família da Macedônia. Sua grande fortuna e beleza atraíram numerosos pretendentes, porém Sinclética havia consagrado seu coração ao esposo celestial, e fugia para livrar-se destes pretendentes. Não obstante, considerava seu próprio corpo como o seu pior inimigo e passou a exercitar-se no autodomínio através do jejum. Se maior sofrimento era ver-se obrigada a comer mais frequentemente do que desejava. Seus pais a constituíram herdeira de toda a sua fortuna já que seus dois irmãos haviam morrido, e sua única irmã era cega, tendo sido confiada a ela a sua guarda. Tendo distribuído sua fortuna entre os pobres, Sinclética retirou-se com sua irmã a um sepulcro abandonado que estava localizado nas propriedades de seus parentes. Ali, na presença de um sacerdote, cortou seus cabelos para mostrar seu absoluta desprendimento deste mundo, renovando sua consagração a Deus. Desde então, passou a se ocupar exclusivamente da oração e das obras de caridade. Muitas mulheres recorriam a ela em busca de conselhos. Sua humildade, no entanto, lhe dificultava instruir aos outros enquanto sua caridade a impulsionava a fazê-lo.
Sua palavras tinham um acento tão profundo de humildade e de convencimento que causavam enorme impressão em quem as ouvia. «Oh – exclamava Sinclética – como seríamos felizes se trabalhássemos para ganhar o céu como os mundanos trabalham para acumular riquezas e bens que perecem! Em terra, suportam bandidos e salteadores; em mar, enfrentam os ventos e as ondas e sofrem naufrágios e calamidades; tudo querem e a tudo se atrevem, ao contrário de nós que servimos a um Senhor tão grandioso e esperamos receber um prêmio inefável, e que tememos a menor contradição!» Pregava com freqüência a humildade: «Um tesouro só estará seguro se estiver muito bem escondido. Descobri-lo equivale a expô-lo à cobiça do primeiro que aparece e, portanto, a perdê-lo. Assim, a virtude só estará segura enquanto permanecer em segredo, e quem a ostenta verá se dissipar como o húmus». Com estes e outros discursos exortava a nossa santa à caridade e a todas as virtudes.
Aos oitenta anos de idade Sinclética contraiu um infecção muito forte que lhe atacou os pulmões, ao mesmo tempo em que uma violenta gangrena lhe atacou os lábios e as mandíbulas. Suportou sua enfermidade com uma incrível paciência e resignação, apesar de que, nos últimos três meses de vida, a dor intensa não a deixava repousar. Mesmo que a enfermidade lhe tenha privado do uso da palavra, o exemplo de sua paciência era o sermão mais eficaz que qualquer pregação verbal. Três dias antes de sua morte Sinclética teve uma visão na qual lhe foi revelada a hora que sua alma deixaria o corpo. No momento previsto, Sinclética entregou sua alma a Deus, aos oitenta e quatro anos de idade.
Tradução e publicação neste site
com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André
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