O sacerdote é o homem consagrado para um ministério especial na Igreja; consagrado para ser um outro Cristo.
S. Paulo fala que ele é tirado do meio do povo e devolvido ao povo para oferecer sacrifício pelos seus pecados e pelos pecados dos outros; mostrando assim que, mesmo consagrado, ele é uma pessoa humana frágil.
Como Jesus aprendeu na obediência, o padre também faz uma caminhada na qual aprende como agir como pessoa de Cristo; ele se prepara para sua missão, se capacita, se educa e se santifica pelo exercício do ministério.
A ordenação sacerdotal não modifica o ser humano do padre.
Ele continua com suas tendências hereditárias, seu temperamento, seu limite humano e vai ter de caminhar muito crescendo sempre interiormente para ser um homem de Deus.
Ele vem de uma família e por mais que trabalhe essa pessoa, ela terá as marcas que vem trazendo consigo.
À maneira dos apóstolos, o Mestre continua chamando e aqueles que aceitam certamente vão trazer consigo qualidades e defeitos, alguns perfeitamente superáveis e outros sem possibilidade de mudança.
Ao passar pelo período de formação, ele é acompanhado e ajudado em sua formação intelectual, humano-religiosa.
É feita uma seleção, pois há muitos que querem ser sacerdotes e não possuem as condições requeridas e nem foram chamados, vieram atraídos por sentimentos religiosos, por chances de melhorar a vida, como saída viável para situações diversas.
Outros não possuem condições psicológicas, equilíbrio e capacidade para viver a vida consagrada.
Precisamos entender que, apesar de todo o esforço, exigências e cuidados, alguns são ordenados sacerdotes com bem poucas condições intelectuais, pouca capacidade de coordenação e alguns até desequilibrados.
Durante o período de formação ou não mostraram o que realmente eram ou houve muita condescendência em alguns casos; outros mostraram seus desequilíbrios só depois de ordenados, quando vão assumir uma comunidade.
Há também um pouco de descuido ao procurar informações, principalmente daqueles que vivem procurando dioceses que os ordene.
Por isso temos padres de todos os tipos e sentimos dificuldade em nos adaptarmos a alguns que fogem mesmo de qualquer paradigma de normalidade.
Ao lado de tantos que são zelosos, sérios e cuidadosos, temos aqueles que, sem dúvida, deixam muito a desejar.
Não precisamos ser cordeiros e aceitar tudo; temos o direito de reclamar com quem pode resolver e encaminhar soluções.
Por outro lado temos que deixar de ser exigentes e de querer transformar o padre segundo a nossa cabeça e o nosso gosto.
Vamos entender a possibilidade de cada um a ajudá-los a superarem seus limites humanos.
E quando houver mudanças de padres em nossa comunidade, continuemos dando apoio e aceitando modelos novos de trabalho ou modos diferentes de coordenação, embora possamos continuar pensando que os bispos deveriam tomar atitudes em relação a alguns casos.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE
VOLUME 9
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
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