Exame de consciência é um olhar para dentro de si, uma análise de tudo o que se fez. Faz bem descobrir as boas ações, perceber o valor das grandes e pequenas coisas que fizemos. Faz muito bem descobrir também os erros, as falhas, as vezes que não conseguimos expressar-nos com bondade. Um momento que serve para agradecer a Deus e se valorizar mais. Outro olhar é uma oportunidade de encontrar o caminho certo, corrigindo erros e faltas. Temos um costume de fazer exame de consciência para ver só os erros, mas é bom nos habituarmos a ver aquilo que fizemos de bom durante o dia. Quem não se analisa, não se conhece, não tem chance de mudar. O silêncio e a concentração vão-nos ajudar a percebermos nosso interior, vão-nos ajudar na avaliação e nos fortalecerão nos princípios que devem orientar nossa vida. A consciência é um santuário onde ninguém entra e só Deus conhece; é nesse íntimo que a pessoa encontra-se consigo, encontra-se com Deus e é onde Deus fala. Essa consciência pode ser bem-formada ou malformada. Será bem-formada quando se guiar pelos valores evangélicos, pelos valores da lei natural que Deus gravou dentro de cada um. A consciência é a regra última do agir humano. Ninguém a substitui. É por esse respeito à consciência de cada pessoa que se aboliram as tais listas de pecado. A pessoa lia aquela lista e não se dava ao trabalho de analisar, avaliar seus atos. Era prático mas não produzia frutos, pois nem sequer via-se porque errou, qual era seu grau de conhecimento e liberdade para fazer o que fez.Cada um precisa aprender ou descobrir onde estão seus erros e o porquê desses erros ou pecados. Usar como critério aquilo que os outros falaram é não querer refletir e perceber onde se apoiam os erros ou os acertos. Saber por que se erra já é meio caminho andado para se corrigir. Por isso facilmente liga-se o exame de consciência à confissão, mas essa deve ser uma prática para todos os dias: passar o dia a limpo para planejar o que vem em frente. Sabe-se que a consciência fala dentro da gente e ninguém amordaça a própria consciência. É necessário muito cuidado para não se criar no coração a insensibilidade que impeça de ouvir a voz de sua própria consciência. Um trabalho de auto-análise pode tornar qualquer pessoa bem mais delicada, sensível. Parece que tudo depende de uma educação de si mesmo. Quanto mais perto de Deus, mais podemos perceber nossos erros e faltas. Não se pode cultivar uma consciência doentia; quem perceber desvios deve procurar um confessor que oriente ou uma terapia que ajude a trabalhar a si mesmo.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
EDITORA SANTUÁRIO
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