sexta-feira, 10 de setembro de 2021

EVANGELHO DO DIA 10 DE SETEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 6,39-42. 
Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos a seguinte parábola: «Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão os dois nalguma cova? O discípulo não é superior ao mestre, mas todo o discípulo perfeito deverá ser como o seu mestre. Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como podes dizer a teu irmão: "Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista", se tu não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Agostinho(354-430) 
Bispo de Hipona (norte de África), 
doutor da Igreja 
Explicação do Sermão da montanha,19 
O argueiro e a trave 
«Como podes dizer a teu irmão: "Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista", se tu não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão». 
Quer isto dizer: primeiro, afasta o ódio para longe de ti; poderás então corrigir aquele a quem amas. E Ele chama «hipócrita» com justiça, porque censurar os vícios deve ser uma atitude própria de homens justos e bondosos; um homem mau que o faça está a usurpar um papel: faz lembrar o comediante que esconde a sua identidade por detrás de uma máscara. Quando tivermos de censurar ou corrigir, façamos com escrupulosa preocupação esta pergunta a nós próprios: e eu, nunca cometi este erro? E fiquei curado? Mesmo que nunca o tenhamos cometido, recordemos que somos humanos e que podíamos tê-lo cometido. Se, por outro lado, o tivermos cometido, recordemos a nossa fragilidade, para que seja a benevolência, e não o ódio, a ditar-nos a reprovação ou a censura. Venha o culpado a tornar-se melhor ou pior com a nossa censura benévola – pois o resultado é incerto –, ficaremos ao menos seguros de que o nosso olhar se manteve puro. Mas se, na nossa introspeção, descobrirmos em nós o defeito que pretendemos repreender, em vez de admoestarmos o culpado com reprimendas, choremos com ele; não lhe peçamos que nos obedeça, mas que partilhe o nosso esforço.

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