domingo, 5 de setembro de 2021

EVANGELHO DO DIA 05 DE SETEMBRO

Evangelho segundo São Marcos 7,31-37. 
Naquele tempo, Jesus deixou de novo a região de Tiro e, passando por Sidónia, veio para o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole. Trouxeram-Lhe então um surdo que mal podia falar e suplicaram-Lhe que impusesse as mãos sobre ele. Jesus, afastando-Se com ele da multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos e com saliva tocou-lhe a língua. Depois, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse-lhe: «Effathá», que quer dizer «Abre-te». Imediatamente se abriram os ouvidos do homem, soltou-se-lhe a prisão da língua e começou a falar corretamente. Jesus recomendou que não contassem nada a ninguém. Mas, quanto mais lho recomendava, tanto mais intensamente eles o apregoavam. Cheios de assombro, diziam: «Tudo o que faz é admirável: faz que os surdos oiçam e que os mudos falem». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Efrém(306-373)
diácono da Síria, 
doutor da Igreja 
Sermão «Sobre Nosso Senhor», 10-11
«Jesus meteu-lhe os dedos nos ouvidos 
e com saliva tocou-lhe a língua» 
A força divina que o homem não pode tocar desceu e envolveu-Se num corpo palpável, para que os pobres a toquem e para que, ao tocarem a humanidade de Cristo, captem a sua divindade. Através de dedos de carne, o surdo-mudo sentiu que lhe tocavam nos ouvidos e na língua: através de dedos palpáveis, captou a divindade intocável naquele momento em que o nó da sua língua foi rompido, naquele momento em que as portas fechadas dos seus ouvidos foram abertas. Porque o arquiteto e o artesão do corpo veio até ele e, com palavras suaves, criou, sem dor, aberturas nos seus ouvidos surdos; então, também aquela boca fechada, até ali incapaz de articular palavra, pôs no mundo o louvor daquele que assim fazia a sua esterilidade dar fruto. De igual modo, o Senhor fez uma lama com a sua saliva e estendeu-a sobre os olhos do cego de nascença (Jo 9,6) para nos fazer compreender que faltava alguma coisa a este, tal como ao surdo-mudo; uma imperfeição inata do nosso barro humano foi assim suprimida graças ao fermento que vem do seu corpo perfeito. Para compensar o que faltava a estes corpos humanos, Ele deu qualquer coisa de Si mesmo, tal como a Si mesmo Se dá como alimento [na eucaristia]. É este o meio pelo qual Ele anula os defeitos e ressuscita os mortos, para podermos reconhecer que, graças ao seu corpo «onde habita a plenitude da divindade» (Col 2,9), os defeitos da nossa humanidade são colmatados, e a verdadeira vida é dada aos mortais por este corpo onde habita a vida verdadeira.

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