Evangelho segundo São Lucas 6,1-5.
Passava Jesus através das searas num dia de sábado e os discípulos apanhavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos.
Alguns fariseus disseram: «Porque fazeis o que não é permitido ao sábado?».
Respondeu-lhes Jesus: «Não lestes o que fez David, quando ele e os seus companheiros sentiram fome?
Entrou na casa de Deus, tomou e comeu os pães da proposição, que só aos sacerdotes era permitido comer, e também os deu aos companheiros».
E acrescentou: «O Filho do homem é Senhor do sábado».
Tradução litúrgica da Bíblia
Bispo de Hipona(norte de África),
doutor da Igreja
Comentário sobre o Génesis,
4,XIII/24-XIV/25
«Recorda-te do dia de sábado,
para o santificar» (Ex 20,8)
Agora que estamos no tempo da graça que nos foi revelada, a observância do Sábado, outrora simbolizada pelo repouso de um único dia, foi abolida para os fiéis. Com efeito, neste tempo de graça, o cristão observa um Sábado perpétuo, se fizer todo o bem que faz na esperança do repouso que há de vir e não se gloriar das suas boas obras como se fossem um bem que tivesse por si mesmo, e não algo recebido.
Assim, compreendendo e recebendo o sacramento do batismo como um Sábado, quer dizer, como o descanso do Senhor no seu sepulcro (cf Rom 6,4), o cristão repousa das suas obras, para caminhar, desde então, numa vida nova, reconhecendo que Deus atua nele. Deus repousa e age em simultâneo, por um lado, concedendo à sua criatura a orientação que lhe convém e, por outro lado, usufruindo em Si mesmo de uma tranquilidade eterna.
Nem Deus Se cansou ao criar o mundo, nem refez as forças deixando de criar, mas quis, através destas palavras da sua Escritura [«Ao sétimo dia, Deus repousou» (Gn 2,2)], convidar-nos a desejar o repouso, dando-nos o mandamento de santificar esse dia (cf Ex 20,8).
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