segunda-feira, 12 de julho de 2021

São João Jones : Sacerdote franciscano, mártir (+1598).

Sacerdote e mártir da Primeira Ordem Franciscana (1559-1598), canonizado por Paulo VI (25-10-1970). Depois de ter separado da Igreja católica a Igreja anglicana, o rei de Inglaterra Henrique VIII passou a perseguir os católicos que lhe não reconhecessem o direito de se proclamar o chefe duma religião de Estado. Assim, foram muitas as vítimas dessa perseguição, entre as quais se contam o bispo João Fisher, o chanceler S. Tomás Moro, o B. João Forest, S. João Jones e S. João Wall. Além disso, proibia-se aos católicos toda e qualquer atividade religiosa. Um dos afetados por essas leis iníquas foi um membro da família galesa Jones, Fr. João, crescido e educado religiosamente num ambiente católico, que tinha entrado na Ordem dos Frades Menores. Pelo facto de sobressair entre os confrades pela simplicidade e por uma profunda vida espiritual, foi enviado para o convento de Araceli, em Roma, a fim de completar os estudos e ser ordenado sacerdote. Embora pudesse ter ficado na Itália a viver uma vida santa e tranquila, pediu para regressar ao Reino Unido, não precisamente a Gales, onde havia maior tolerância religiosa, mas a Londres, o quartel general da reforma anglicana. Nessa cidade conseguiu por certo tempo realizar alguma atividade missionária, usando o nome falso de João Buckley, até cair nas mãos dum dos chamados "caçadores de sacerdotes". Foi cruelmente torturado e mantido em prisão preventiva durante dois anos, à espera de julgamento. Finalmente, em julho de 1598 teve lugar o processo do frade franciscano, acusado de ter sido ordenado sacerdote no estrangeiro e de ter regressado ilegalmente à Inglaterra para sublevar o povo. O seu discurso de defesa foi breve: “Sou religioso franciscano, vim à Inglaterra com a intenção de conquistar para Jesus o maior número possível de almas. Se isso é um crime, sou o primeiro a acusar-me dele, e estou pronto para dar a vida pela fé católica e pelo primado do Romano Pontífice. Era a confissão que eles esperavam. A condenação foi imediata, e a execução devia ter lugar fora da cidade, no caminho percorrido na Idade Média pelos peregrinos que visitavam o túmulo doutro famoso mártir inglês, São Tomás de Cantuária, também ele vítima da intolerância de outro rei, quatro séculos antes. A execução deveria ser rápida e sem publicidade. Mas um contratempo grotesco transtornou os planos dos perseguidores: o verdugo tinha-se esquecido de trazer o laço, e foi preciso esperar uma hora. Isso deu ensejo a João Jones para uma última pregação, servindo-lhe de púlpito a carruagem onde ia. Dirigiu-se serenamente ao povo que, entretanto, se reunira ao seu redor, afirmando ter rezado todos os dias pelo retorno de todos os cristãos ingleses à unidade da fé católica e pela salvação da rainha britânica.

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