Margarida (ou Marina no "passio" grega atribuída a um certo Timóteo, que é a principal fonte da biografia) nasceu em 275 em Antioquia de Pisidia, na época uma das cidades mais prósperas da Ásia Menor, (hoje perto das ruínas da cidade está localizada a vila turca de Yalvac do distrito de Iconius); São Paulo e São Barnabé, em uma de suas jornadas, pararam ali para pregar Jesus, o Messias e Filho de Deus e obtiveram muitas conversões. Ela também consta da famosa Legenda Áurea escrita pelo Bispo de Gênova, Tiago de Varazze, por volta do ano 1260. De acordo com a Ata de seu martírio, seu pai Edesimo ou Edésio era um sacerdote pagão de Antioquia; a família de Margarida se destacou por sua antiguidade e na vida social e religiosa da cidade. Nenhuma notícia é feita à sua mãe. Margarida presumivelmente ficou órfã de mãe desde os primeiros dias de vida, tanto que seu pai a confiou a uma ama que vivia no campo próximo. A ama secretamente cristã educou Margarida nesta fé e quando ela percebeu que a jovem estava madura, a apresentou para receber o batismo. Tudo isso aconteceu, claro, sem o conhecimento do pai.
terça-feira, 20 de julho de 2021
Santa Margarida de Antioquia – 20 de julho
Estamos durante o período de perseguições desencadeadas por Maximiano e Diocleciano; Margarida aprendeu a história de heroísmo de seus irmãos de fé, fortaleceu seu espírito inspirado pelo Evangelho, sentiu-se determinada a imitar a coragem mostrada pelos cristãos diante da crueldade da perseguição e em suas orações pediu para ser digna de testemunhar sua fidelidade a Cristo.
O pai sem saber de tudo isso decidiu levar sua filha de 15 anos de volta para sua casa em Antioquia. Margarida ficou imediatamente desconfortável tanto pelo desprendimento da ama, quanto pelo estilo de vida que mantinha na casa de seu pai cheia de comodidades.
Margarida não gostava dos ensinamentos pagãos e depois de um curto período revelou ao pai que ela era cristã. Por esta razão, seu pai não hesitou em mandá-la para longe de casa, então ela voltou para sua ama que a acolheu como uma veterana vitoriosa de uma batalha amarga. No campo Margarida tornou-se útil apascentando um rebanho e realizando outras tarefas necessárias. Ela dedicava muito tempo à oração.
Um dia, enquanto levava as ovelhas para pastar, Margarida, foi notada por Olibrio, o novo governador da província; assim que ele a viu, ele foi atraído por sua beleza e ordenou que fosse trazida diante dele. Depois de uma longa conversa, o governador não conseguiu convencer Margarida a se tornar sua esposa; ela se declarou cristã e foi inflexível em professar sua fé. Ele, por vingança, a denunciou ao tribunal que a acusou de ser cristã. Ela foi torturada para renunciar a sua fé e oferecer sacrifícios aos deuses pagãos, mas como permaneceu firme na sua Fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, foi atirada no calabouço para ser martirizada em seguida.
Após um curto período de prisão, Margarida foi submetida a um novo interrogatório diante de todos os cidadãos; mesmo nesta ocasião, ela não hesitou em proclamar a todos sua fé e revelou ter dedicado sua virgindade a Cristo. Mais uma vez ela foi convidada a adorar e oferecer incenso aos deuses pagãos, mas ela se recusa. As declarações de Margarida, sua rejeição às práticas pagãs e as muitas conversões que ocorreram, deram origem a um tumulto e o governador emitiu a sentença de condenação para Margarida: "Decapitada fora da cidade".
Diz a tradição que o seu executor caiu morto ao seu lado. Também é dito que quando Margarida estava na prisão o demônio apareceu em forma de um dragão que a engoliu, mas como ela segurava uma cruz esta irritou o estômago do dragão que a expeliu ainda viva. Ora, curiosamente, num momento atípico de ceticismo, a própria Legenda Aurea descreve este último incidente como "apócrifo e que não deve ser levado a sério" (trans. Ryan, 1.369) Seja isto verdade ou não, Margarida foi condenada à morte no ano de 304.
Após sua morte o seu corpo foi reclamado por Timóteo e enterrado por uma viúva nobre.
De acordo com a tradição, um peregrino chamado Agostinho da Pavia, no século X, conseguiu roubar, após várias vicissitudes, o corpo de Santa Margarida e transportá-lo para a Itália, para Roma, para continuar em direção a Pavia. Durante a viagem, ele parou em Montefiascone, onde foi recebido pelos beneditinos do mosteiro de San Pietro dela Valle, a quem contou os acontecimentos de sua jornada. Depois de alguns dias, o peregrino adoeceu e morreu, aconselhando os monges a preservar e venerar a preciosa relíquia. A partir dali o culto de Santa Margarida espalhou-se por toda a Itália e outros países da Europa, e muitas cidades ergueram igrejas em sua homenagem.
Algumas de suas relíquias foram levadas para Veneza em 1213. Várias outras cidades da Europa afirmam terem parte de suas relíquias em suas catedrais. O braço de Santa Margarida encontra-se no Monte Aros no Mosteiro de Vatopelo.
Sendo reconhecida como santa pela Igreja Católica, do século XII ao século XX, ela fora incluída entre os santos celebrados onde quer que se celebrasse o rito romano. Ela consta dos 14 Santos Auxiliares (honrados como um grupo no dia 8 de agosto); é uma das santas que falaram com Santa Joana d’Arc, pois teria aparecido àquela Santa junto com Santa Catarina de Alexandria e São Miguel, para ajudarem Santa Joana d’Arc a salvar a França dos ingleses. Sendo venerada pela eficácia do seu poder, isto contribuiu para a sua popularidade.
Na arte litúrgica ela é representada carregando uma cruz ou pisando em um dragão, ou emergindo de sua boca, ou espetando o dragão com uma lança com uma cruz na ponta.
Ela é invocada pelas mulheres grávidas e pelas pessoas com problemas de estômago, provavelmente por ter sido engolida por um dragão e devolvida inteira, e ainda porque ela tem a reputação de ter prometido às mulheres que a invocassem que elas teriam um parto sem problemas; ela também teria prometido àqueles que a invocassem na agonia da morte que escapariam do demônio.
Sua festa é celebrada no dia 20 de julho.
Etimologia:
Margarida tem origem no nome latino ‘margarita’, vindo do grego margarites, que quer dizer literalmente “pérola”.
Curiosidade:
150 anos da Paróquia de Santa Margarida de Antioquia
10/11/2016
SANTA MARGARIDA (MG) - Católicos de todas as comunidades que integram a Paróquia de Santa Margarida de Antioquia celebraram os 150 anos da criação da paróquia durante programação no último sábado, dia 5/11/2016. Caravanas da região também prestigiaram o momento festivo do sesquicentenário.
HISTÓRIA
A Paróquia de Santa Margarida de Antioquia foi criada em 05/11/1866, por Decreto Imperial de nº 1.305 e pertencia a Arquidiocese de Mariana. Em 1915, foi criada a Diocese de Caratinga e a paróquia passou a pertencer à nova região diocesana.
A Paróquia de Santa Margarida chegou a abranger inicialmente as comunidades de Luisburgo, São João do Manhuaçu, Santo Amaro, Caputira e por um pequeno período até Simonésia, hoje Paróquia de São Simão. Já passaram pela comunidade 38 padres.
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