PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA MISSIONÁRIO REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Quando o mistério é muito grande, a gente não ousa desobedecer (S.Exupéry – Pequeno Príncipe) ao convite de dar um abraço e transmitir a paz e a alegria que o Natal provoca em nós. Celebramos, isto é, realizamos, por meio dos sinais sacramentais e os ritos do Natal, o acontecido nascimento de Jesus. Não é mais o mesmo, pois Jesus não nasce de novo. Mas, como tudo o que aconteceu uma vez em Deus, torna-se eterno, sua encarnação e nascimento são um com eternamente presente. Lendo os textos das três missas (missas da meia-noite, da aurora e do dia) propostas para este dia, percebemos o que a Palavra de Deus quer nos ensinar. São Leão Magno, o compositor desta liturgia, enche-a de luz, como o tempo do Natal o faz. Na oração da missa podemos rezar: “Ó Deus que iluminastes esta noite santa com a claridade da verdadeira luz, concedei, que tendo vislumbrado na terra este mistério, possamos gozar no céu de sua plenitude”. O profeta Isaias diz “o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz. Aumentastes a alegria (...) pois nasceu-nos um menino, um filho nos foi dado” (Is 9,1.5).
Luz e Alegria.
Esta luz é a graça da salvação (Tt 2,11) que nós recebemos, anunciada pelos anjos e acolhida pelos pastores. É uma história tão simples, um mistério tão grande. Esta graça que se derrama abundante sobre nós, nos é dada no batismo por Jesus Cristo Salvador. A oração da missa do dia mostra-nos que toda esta alegria vem-nos da “participação na divindade do Filho que assumiu nossa humanidade”. É Jesus que agora nos fala, como diz a Carta aos Hebreus (1,1-6), pois Ele é o esplendor da glória do Pai, expressão de seu ser (Hb 1,3). Ele é o Verbo que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). A luz brilha e chega até nós que acolhemos “e de sua plenitudes nós recebemos graça sobre graça” (Jo 1,16). A grande graça que recebemos é o conhecimento de Deus, que nos foi dado pelo Filho que está na intimidade do Pai.
O nascimento de Jesus é um caminho.
Jesus diz: “Eu sou o caminho a verdade e a vida” (Jo 14,6). É a luz que ilumina o caminho a ser trilhado. A encarnação tem um caráter de correspondência à pessoa de Jesus e à vontade do Pai: caminhar na luz. Paulo, escrevendo a Tito, explica que a graça manifestada “ensina a abandonar a impiedade e vive no mundo com justiça e piedade (Tt 2,11-13). Ele veio para purificação (Ml 3,2). Caminhar na luz é a “vida santa que nos vai levar ao eterno convívio (pós-comunhão); Vai “manifestar-se em ações o que brilha pela fé em nossas mentes” (missa da aurora). Justificados pela graça nós nos tornamos herdeiros da vida eterna (Tt 3,7). Houve uma troca de presentes: “Aceitai ó Deus, a oferenda da festa de hoje, na qual o céu e a terra trocam seus dons. Dai-nos participar da divindade daquele que uniu a Vós nossa humanidade” (oferendas). Com muito carinho desejo à família de Refletindo a Palavra: Feliz Natal.
Leituras da missa da noite:
Isaías 9,1-6; Tito 2, 11-14; Lucas 2,1-14.
Homilia do Natal do Senhor
EM DEZEMBRO DE 2003
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