Evangelho segundo São João 16,5-11.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Agora vou para Aquele que Me enviou e nenhum de vós Me pergunta: "para onde vais?".
Mas por Eu vos ter dito estas coisas, o vosso coração encheu-se de tristeza.
No entanto, Eu digo-vos a verdade: é do vosso interesse que Eu vá. Se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se Eu for, Eu vo-lo enviarei.
Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do julgamento:
do pecado, porque não acreditam em Mim;
da justiça, porque vou para o Pai e não Me vereis mais;
do julgamento, porque o príncipe deste mundo já está condenado».
Tradução litúrgica da Bíblia
Jesuíta (1641-1682)
Reflexões cristãs
A voz divina da consciência
Para as pessoas de bem, a consciência é um amigo que torna os prazeres mais acessíveis e os bens mais agradáveis; ela é, sobretudo, um grande apoio nas adversidades, razão pela qual está escrito: «Quem mais tenho eu no Céu? Na Terra, só desejo estar contigo» (Sl 73,25). A consciência é um juiz. Há quem se recuse a obedecer-lhe, há quem a corrompa e até há quem a mate.
Assim como a voz foi dada ao homem para ser intérprete dos seus sentimentos e dos seus desejos, é também pela consciência que Deus nos ensina o juízo que faz sobre cada coisa e aquilo que espera de cada um de nós. Esta voz divina forma diversas palavras interiores com o objetivo de exprimir as diversas lições e as diversas ordens que agrada a Deus dar à sua criatura. Ela é o lugar do comércio que o Senhor quer ter connosco e o órgão mais comum do qual Se serve para tocar o nosso coração e nos abrir o seu. Nada permite perceber melhor o desejo ardente que Deus tem de conduzir os homens à felicidade soberana que a consciência que lhes deu para lhes servir de guia. Não há nada que permita distinguir tão claramente o bem do mal, nada que tão fielmente no-lo mostre, nada que tanto insista connosco para abraçarmos o primeiro e fugirmos do segundo. Mas, se a consciência é um efeito do seu amor, não deixa de ser também um efeito do seu zelo pela justiça; porque esta consciência, que tanto se preocupa em nos afastar do mal, é também profundamente severa a punir-nos por ele.
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