A festa dos Apóstolos Pedro e Paulo é muito querida. São santos amados. Pedro mais que Paulo. Na verdade Pedro, pela sua própria história simples é mais popular. Paulo, embora tenha sido popular, seus escritos são mais elevados. O próprio Pedro escreve que “em suas cartas há coisas difíceis de entender” (II Pd 3,15). Ele explica o evangelho de modo muito profundo. Mas os dois são pilares da Igreja. O próprio prefácio da missa reza: “Estes dois apóstolos, por diferentes meios, congregaram a única família de Cristo”. Pedro e Paulo se dividiram o mundo, como decidiram: “Pedro prega aos judeus e Paulo aos pagãos” (Gl 2,9). Pedro dá o primeiro passo de entrar na casa de um pagão. Ele leva a fé a Roma. Paulo, judeu, amava seu povo, tinha preocupações de fazer coletas e mandar para os pobres de Jerusalém.
Guardei minha fé.
Pedro e Paulo são os esteios da fé. O homem simples da Galiléia, Pedro, torna-se, pela sua profissão de fé em Jesus, o primeiro passo de nossa resposta à pessoa de Jesus e sua mensagem. “Sobre esta edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18). Esta fé, fecundada pelo Espírito, torna-se a força de Pedro. Depois de Pentecostes ele tem um vigor e sabedoria que assusta os judeus (Atos 4,13). Lendo Atos dos Apóstolos, tem-se a impressão que ele apresenta um vigor tal qual Jesus. Até sua sombra curava. Paulo sofre pela fé em Jesus, enfrenta longas distâncias a pé, em navios, sofrendo naufrágios, perseguições, prisões porque anunciava Jesus. Assim testemunha: “Combati o bom combate, guardei a fé” Tem sua força na fé em Jesus: “O Senhor esteve ao meu lado e me deu forças” (II Tm 4,7.17).
Tu sabes tudo, sabes que te amo.
O afeto de Pedro e Paulo por Jesus não é só a coragem de dar a vida por Ele, mas é algo também belo: “Fui conquistado por Cristo” (Fl 3,12). “Ele que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20). Não fosse esse amor, não daria conta de sua missão fez tudo por Jesus Cristo. Pedro, afogueado no seu temperamento, não perde a chance de dizer, mesmo tendo negado: “Tu sabes tudo, sabes também que te amo” (Jo 21,17). Jesus não duvida de sua fidelidade e confia-lhe a Igreja: “Apascenta meus cordeiros, minhas ovelhas” (Jo 21.17). Assim também confia em nós, em nossa fragilidade e na força de nosso amor
Ele dará o prêmio.
Passaram dificuldades, chegando até à boca do leão (II Tm 4,17). Mas continuaram. Sentiam dificuldades. Paulo reclama: “Todos me abandonaram” (II Tm 1,15). “Mas sei em quem confiei” (I Tm 1,12). Sua palavra se funda na esperança. Pensemos: Estes homens simples anunciam que Jesus está vivo e sua palavra é aceita. Não estavam falando de um defunto que voltou à vida. Mas de uma vida a ser vivida com o Vivo. Em uns 30 anos de pregação já tinham implantado o evangelho em do Ásia Menor. Paulo talvez tenha chegado até à Espanha. Só a confiança no amor que a fé lhes inspirava poderia ter tão grande resultado.
(Leituras: Atos, 12,1-11;
2 Timóteo 4,6-8.17-18; Mateus 16,13-19)
Homilia da Festa de S.Pedro e S.Paulo
(29.06)
EM JUNHO DE 2003
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