Evangelho segundo São Mateus 26,14-25.
Naquele tempo, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes
e disse-lhes: «Que estais dispostos a dar-me para vos entregar Jesus?». Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata.
E a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para O entregar.
No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?».
Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de tal pessoa, e dizei-lhe: "O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo. É em tua casa que Eu quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos"».
Os discípulos fizeram como Jesus lhes tinha mandado e prepararam a Páscoa.
Ao cair da noite, sentou-Se à mesa com os Doze.
Enquanto comiam, declarou: «Em verdade vos digo: um de vós há de entregar-Me».
Profundamente entristecidos, começou cada um a perguntar-Lhe: «Serei eu, Senhor?».
Jesus respondeu: «Aquele que meteu comigo a mão no prato é que há de entregar-Me.
O Filho do homem vai partir, como está escrito acerca dele. Mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser entregue! Melhor seria para esse homem não ter nascido».
Judas, que O ia entregar, tomou a palavra e perguntou: «Serei eu, Mestre?». Respondeu Jesus: «Tu o disseste».
Tradução litúrgica da Bíblia
Terceira dominicana,doutora da Igreja,
copadroeira da Europa
Diálogo, 37
O desespero de Judas
Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe:O pecado que não tem perdão, nem neste mundo nem no outro, é o do homem que, desprezando a minha misericórdia, não quer ser perdoado. É isso que Eu considero mais grave; foi por isso que o desespero de Judas Me entristeceu mais e foi mais penoso para o meu Filho do que a sua traição. Os homens serão, pois, condenados por esse falso juízo que os leva a crer que o seu pecado é maior que a minha misericórdia. São condenados pela sua injustiça quando lamentam mais a sua sorte do que a ofensa que Me fizeram.
Pois é então que são injustos, não Me dando o que Me pertence e não dando a si próprios o que lhes pertence. A Mim é-Me devido o amor, o arrependimento da falta e a contrição; é isso que devem oferecer-Me pelas suas ofensas, mas fazem o contrário. Não têm amor nem compaixão a não ser por si mesmos, e só sabem lamentar-se dos castigos que os esperam. Desse modo, cometem uma injustiça, e são por isso duplamente punidos, por terem desprezado a minha misericórdia.
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