Evangelho segundo São Mateus 16,13-19.
Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?».
Eles responderam: «Uns dizem que é João Batista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas».
Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?».
Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus.
Também Eu te digo: tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus».
Tradução litúrgica da Bíblia
Presbítero de Antioquia,
Bispo de Constantinopla,
Doutor da Igreja(345-407)
«Sobre o apóstolo Pedro e o profeta Elias»
«Tu és Pedro; sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja»
Pedro receberia em depósito as chaves da Igreja, ou antes, as chaves do Reino dos céus, e ser-lhe-ia confiado um povo numeroso. Com efeito, o que lhe diz o Senhor? «Tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus». Pedro tinha um carácter um pouco abrupto; se fosse impecável, talvez não tivesse sabido perdoar aos discípulos. Foi por esta razão que a graça divina permitiu que ele cometesse algumas faltas: para que essa prova o tornasse benevolente com os outros.
De facto, Deus pode permitir que pequemos; repara em Pedro, o corifeu dos apóstolos, o fundamento inabalável, a rocha indestrutível, o primeiro da Igreja, o porto inexpugnável, a torre inabalável, este Pedro que tinha dito a Cristo: «Mesmo que tenha de morrer contigo, não Te negarei!» (Mt 26,35); Pedro que, por uma revelação divina, tinha confessado a verdade: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
Como já disse, Deus dispôs que assim fosse e permitiu que Pedro pecasse porque pretendia confiar-lhe um povo numeroso, e receava que a sua rudeza, combinada com a impecabilidade, o tornasse impiedoso com os seus irmãos. Pedro sucumbiu ao pecado a fim de que, recordado da sua falta e da benevolência do Senhor, pudesse ter pelos outros uma graça de filantropia, em conformidade com o desígnio concebido por Deus. A queda foi permitida àquele a quem a Igreja seria confiada, à coluna das Igrejas, à porta da fé, a queda foi permitida a Pedro, o doutor do Universo, para que o perdão por ele recebido fosse o fundamento do seu amor pelos outros.
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