sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

SÃO SULPÍCIO SEVERO

Riqueza e mundanismo
 
A capacidade de oratória e a administração dos negócios representavam, entre os homens instruídos e sérios, as atitudes dos cargos mais altos do império. Sulpício distinguiu-se pela sua eloquência, fineza de espírito, habilidade em resolver questões jurídicas, rigor em julgar e solidez em argumentar. Desta forma, sua reputação foi longe. Com sua fortuna e gênio, podia aspirar aos mais altos cargos do Estado. Totalmente absorvido pela vida mundana, em uma época em que todas as esperanças favoreciam a imaginação, Sulpício casou-se com a filha de um Cônsul, que também era muito rica e com muitos conhecimentos sociais. Poucos jovens podiam contar com recursos melhores para iniciar uma carreira honrosa. Mas, infelizmente, seus lindos sonhos futuros se dissiparam: a Providência divina lhe havia reservado um destino mais glorioso. Com o falecimento da sua esposa, caiu em profunda depressão. Consolação divina 
Todavia, ao invés de se deixar abater pelo desespero, recobrou suas energias, buscando consolação em uma vida de piedade. Deus recompensou a sua fé, de modo magnífico, com milhares de outras graças, entre as quais a de conhecer São Martinho, Bispo de Tours. Assim, decidiu consagrar-se a Deus e despojar-se dos seus inumeráveis bens. No entanto, como havia feito Santo Ambrósio, não vendeu a sua herança para distribuir o dinheiro aos pobres: contentou-se em ceder seus bens à Igreja, reservando o usufruto para si. Esta mudança de vida irritou seu pai; ele mesmo tornou-se objeto de escárnio entre seus velhos amigos. Além destes desprazeres e da desoladora amargura, foi acometido também pela doença: ficou gravemente doente, por duas vezes, mas a sua força de espírito, sustentada pela graça divina, triunfou sobre todas as tribulações.
Confidente de São Martinho 
As gerações futuras conheceram Sulpício Severo como escritor da vida de São Martinho de Tours. Embora o santo Bispo tivesse o costume de não falar de si e de não revelar as graças particulares que Deus lhe concedia, Sulpício narrou em sua biografia alguns acontecimentos, colhidos em suas conversas. Outros elementos, entre os quais muitas circunstâncias interessantes, foram-lhe revelados pelos religiosos da diocese de Tours ou pelos monges de Marmoutier.

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