Santa Martina nasceu em Roma, filha de pais ilustres. Seu pai havia sido três vezes cônsul e se destacava por uma fé viva e uma caridade ardente. Após sua morte, Martina vendeu seus bens e destinou o dinheiro às obras de caridade e misericórdia.
O imperador Alexandre reinava e perseguia os cristãos. Os encarregados pela perseguição aos servidores de Jesus Cristo encontraram Santa Martina orando numa igreja e levaram-na presa. Como a moça não apresentasse nenhuma resistência em segui-los, eles acreditaram ter feito uma conquista, porém, conduzida ao imperador, Martina recusou-se a sacrificar aos ídolos; Alexandre não fez por menos e mandou conduzi-la ao templo de Apolo. Lá entrando, Martina armou-se do sinal da Cruz, orou a Jesus Cristo e, no mesmo instante, aconteceu um terrível tremor de terra que derrubou uma parte do templo e destruiu o ídolo. O imperador, irritado, ordenou que desferissem socos em Martina e que a esfolassem com garras de ferro; Martina sofreu com uma tal paciência que os carrascos, esgotados, foram substituídos por outros, os quais foram derrubados por uma luz divina e acabaram convertidos.
Novamente conduzida diante do imperador, Martina recusou-se, pela segunda vez, a sacrificar aos ídolos; Alexandre ordenou, então, que a amarrassem a quatro estacas e a chicoteassem tão cruelmente, e por tanto tempo, que os carrascos acabaram parando devido à exaustão. Martina foi reconduzida à prisão, e derramaram óleo fervente nas suas chagas; mas os Anjos vieram fortificá-la e consolá-la. No dia seguinte, a moça foi conduzida ao templo de Diana, que o demônio imediatamente deixou gritando horrivelmente, no mesmo instante em que um raio derrubou e queimou uma parte do templo com seus sacerdotes.
O imperador, aterrorizado, entregou Martina nas mãos do presidente Justino; este ordenou que a moça fosse cruelmente dilacerada com pentes de ferro, e ele pensou que ela estivesse morta. Logo, porém, Justino percebeu que havia se enganado e disse-lhe: "Martina, você não quer mesmo sacrificar aos Deuses e, assim, se livrar dos suplícios que lhe estão reservados?” “Tenho meu Senhor Jesus Cristo que me fortalece, e eu não sacrificarei aos demônios de vocês.” O presidente, furioso, ordenou então que a reconduzissem à prisão.
Alexandre, informado do que se havia passado, ordenou que Martina fosse levada ao anfiteatro a fim de ser exposta às feras; mas um leão, que lá foi deixado para devorá-la, veio deitar-se aos seus pés e começou a lamber-lhe as feridas; porém, enquanto o levavam de volta à sua cova, o grande leão lançou-se sobre um conselheiro de Alexandre, devorando-o. Reconduzida à prisão, Martina foi ainda uma segunda vez levada ao templo de Diana e, como se recusasse a sacrificar aos ídolos, dilaceraram-lhe novamente o pobre corpo. "Martina, disse-lhe um dos carrascos, reconheça Diana como deusa, e você será libertada.” “Eu sou cristã e eu confesso Jesus Cristo." A estas palavras, jogaram sobre a moça um fogaréu preparado com antecedência, mas o vento e a chuva, que surgiram nesse momento, dispersaram a fogo, queimando os espectadores. Retiveram a Santa durante três dias no templo, mas somente após lhe terem cortado os cabelos. O imperador acreditava que ela tivesse poderes mágicos e achava que sua força se encontrava em seus cabelos.
Martina permaneceu todo esse tempo sem nada comer ou beber, cantando continuamente os louvores de Deus. Sem saber mais o que fazer, Alexandre ordenou que lhe cortassem a cabeça. O corpo de Martina permaneceu vários dias exposto em praça pública, protegido por duas águias que ficaram ao seu lado até o momento em que um certo Ritorius pôde lhe dar uma sepultura digna.
Pe. Giry, Vida dos Santos, pgs. 62-64
Tradução e Adaptação:
Gisèle do Prado
Ver também:
http://hagiosdatrindade.blogspot.com/2009/01/santa-aldegundes-de-maubeuge-30-de.html
http://hagiosdatrindade.blogspot.com/2010/01/santa-batilde-rainha-da-franca-viuva.html
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