segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “Memória agradecida”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Olhando para trás e para a frente!
Este é o feliz modo que nos faz ficar não velhos, mas idosos. Não sou tão velho para poder gabar-me de minha idade, mas já tenho idade para poder pensar já na velhice. A realidade fundamental é que a vida não se mede pelos anos que se vive, mas pela intensidade de vida que colocamos nestes anos. Frase bonita, mas não é minha. Foi pronunciada em Roma, numa missa de passagem de ano.É simpática, mesmo não resolvendo o problema que enfrentamos do esvaziamento da vida. 
Temos a sensação de ter feito tanta coisa e tudo virar fumaça. Isso pode gerar na gente uma desilusão: a que serviu tudo o que fiz? Pior ainda, quando tudo o que fiz não foi para a frente. A realidade tem sido dura. A tão inflação comeu os melhores esforços de todo um povo. Mas continuamos na mesma situação. Alguns conseguiram se aprumar na vida, outros a sobreviver bem. O que interessa é viver com intensidade as situações da vida. É importante ter a vida nas mãos. Não sonhemos com uma juventude que dura sempre. Claro que a gente fica feliz quando alguém nos chama de jovem. Temos que administrar bem o momento presente. Por isso é bom olhar para trás e para a frente. 
Olhar para trás é contemplar o que lhe ocorreu na vida. Mas contemplar e lembrar as coisas boas e agradecer. Isso se chama memória agradecida. Ter uma lembrança feliz de todas as coisas boas. As más não voltam também. Por isso não adianta estar desenterrando misérias. Estão lá os dois velhinhos comentando o passado. É o momento de agradecer por tudo o foi bom. Agradecer as pessoas que passaram por nossa vida e foram boas. Agradecer, agradecer, agradecer. Esta é a sabedoria do idoso. Isso traz um bem espiritual muito grande, pois além de os levar em oração a Deus e nos anima. 
Olhar para a frente! Não desanime de ser feliz e de querer contribuir com a vida, com a sociedade. Mesmo que não faça muita coisa, lance seu anzol nas águas mais profundas. Pense e sonhe em realizar. Ninguém é velho demais que não seja capaz de dar frutos generosos. Os frutos são diferentes no velho e o jovem. Certas árvores demoram a dar frutos. São sempre frutas e portadoras de sementes de vida. 
Tenho observado em meus pais uma coisa interessante que me chamou a atenção. O idoso se sente feliz quando percebe, que ele, mesmo morrendo um dia, continuará, não somente nos filhos, mas suas coisas continuam nos filhos. Quando os filhos consideram preciosas as tradições de seus pais, o modo de construir, de cozinhar, de se distrair, até mesmo repetir coisas que faziam, respeitar o patrimônio que construíram. Os idosos querem continuar a viver nos filhos e na vida dos filhos. E, se os filhos tem sabedoria, saberão integrar o novo e o velho. Assim os idosos se sentem integrados nas novidades do mundo através da recordação alegre de sua vida Tenha memória agradecida!

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