Manifestação aos discípulos
Fechamos com o evangelho de hoje o Ciclo da Manifestação. João apresenta Jesus para os dois discípulos. Nas bodas de Caná, “manifestou-se sua glória e os discípulos creram Nele”. A própria celebração litúrgica faz essa unidade, como rezamos nas vésperas do dia da Epifania: “Celebramos neste dias três mistérios: Hoje a estrela guia os Magos até o presépio. Hoje a água se faz vinho para as bodas. Hoje Cristo no Jordão é batizado para salvar-nos”. Nesse domingo, não lemos evangelho das bodas de Caná, mas um texto sobre João Batista apresentando Jesus. Os discípulos crêem e O seguem. Jesus, ao iniciar sua missão segue o esquema: “passou, viu, e chamou”. A passagem de Jesus é sempre uma manifestação de sua pessoa. Vemos como os discípulos deixam tudo, imediatamente. Jesus não permite delongas ou ficar enrolando. Podemos chamar esse domingo de vocacional: Deus chama Samuel, Jesus chama os dois discípulos dizendo “vinde e vede”, Paulo diz que quem adere ao Senhor, torna-se com Ele um só espírito. É tudo um processo. Seguir Jesus é fazer corpo com Ele e com os que O seguem. Cada chamamento conduz a uma missão. André noticia a Pedro o encontro com o Messias. Eles permaneceram com Ele aquele dia, diz o evangelho. Eram quatro da tarde. O dia começava ao cair da tarde. Houve uma convivência prolongada.
Cordeiro de Deus
Por que Jesus é chamado de Cordeiro? Não houve dúvida dos discípulos. Seguiram Jesus. João Batista diz: Eis o Cordeiro de Deus. Cordeiro em aramaico é tália; é um termo muito rico de significado. Além do animal significa rapaz, rapaz de confiança, servo. E um mesmo pedaço de pão. Há um rito oriental que chama a hóstia de cordeiro. O cordeiro está presente na vida do povo como parte dos bens; está ligado aos sacrifícios do templo; É com ele que se faz a ceia pascal. Jesus é identificado com o Cordeiro, que vai mudo para a morte. No templo os cordeiros eram sacrificados para o perdão dos pecados e para o louvor. Jesus é chamado de o Cordeiro que tira o pecado do mundo. Contemplemos o Cordeiro do Apocalipse que, em seu sacrifício, conquistou a vitória decisiva. No Céu, conforme o Apocalipse, um rio de água da vida saia do trono de Deus e do Cordeiro (22,1). Ele é a lâmpada do céu: “A cidade do Céu não precisa de sol ou lua para a iluminar, pois a glória de Deus a ilumina, e sua lâmpada é o Cordeiro”. Temos a imagem de Jesus como Cordeiro ferido, morto, mas ressuscitado glorioso. Todos são convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro com a Igreja (Ap 19,9) que é a união total de todos com Cristo. João, ao apresentar Jesus, não o faz como um primo pouco conhecido, mas como Aquele que vem da parte do Pai para uma missão. A Esse os discípulos seguiram.
Fazer a vontade
Deus chamou Samuel que respondeu imediatamente. Os discípulos, à indicação de João, seguem Jesus e perguntam onde mora. Ele diz: “vinde e vede”. Essas respostas imediatas são um aspecto do seguimento de Jesus, como Ele o fazia como o mais importante. Assim rezamos no salmo 39: “Eis que venho”, sobre mim está escrito no livro: “Com prazer faço a vossa vontade, Guardo no meu coração a vossa lei” (Sl 39). Podemos fazer tantas coisas no Reino de Deus, criar maravilhas, mas a primeira condição é “fazer a vontade de Deus”. Se a vontade de Deus é que eu me recolha em silêncio, e eu o cumpro, faço mais do que se fizesse muitas coisas boas por minha vontade. Assim fez Jesus.
Leituras 1 Samuel 3,3b-10.19;
Salmo 39;João 1,35-42.
1. A passagem de Jesus é sempre uma manifestação de sua pessoa.
2. João apresenta Jesus como Aquele que vem da parte do Pai para uma missão.
3. Podemos fazer tantas coisas pelo Reino. Mas a condição é “fazer a vontade de Deus”.
Curiosidade também dá certo
A gente fala que curiosidade também mata. Mas, tem hora que dá certo, pois quem procura acha tanta coisa boa. É pior a situação de quem acha que o que está aí já basta. Até os bichinhos têm curiosidade. É o jeito de aprender e crescer.
Esses dois que seguiram Jesus depois da indicação de João Batista, deram uma de curiosos. João indicou e eles foram atrás. Jesus cismou daqueles dois e perguntou o que queriam. Diante da pergunta, vem uma resposta meio atordoada. Não sabiam o que queriam. Mestre, onde moras? Jesus não deu endereço. Mas convidou para ir ver. A prosa foi longe. Imaginemos: Onde era? Não importa. Já estavam lá. O que falaram? E ficaram aquele dia, sendo que já eram quatro da tarde. E o dia começava às seis. Então jantaram, conversaram. Jesus os introduz na sua vida e pessoa.
Por isso, no dia seguinte podem afirmar: “Encontramos o Messias”! E logo levam Pedro para conhecê-Lo. Também recebe uma missão.
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