sábado, 26 de dezembro de 2020

EVANGELHO DO DIA 26 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo São Mateus 10,17-22. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Tende cuidado com os homens: hão de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas sinagogas. Por minha causa, sereis levados à presença de governadores e reis, para dar testemunho diante deles e das nações. Quando vos entregarem, não vos preocupeis em saber como falar nem com o que dizer, porque nessa altura vos será sugerido o que deveis dizer; porque não sereis vós a falar, mas é o Espírito do vosso Pai que falará em vós. O irmão entregará à morte o irmão e o pai entregará o filho. Os filhos hão de erguer-se contra os pais e causar-lhes a morte. E sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo. Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Crisóstomo (345-407) 
Presbítero de Antioquia,bispo de Constantinopla, 
doutor da Igreja 
Homília para a Sexta-feira Santa 
«A cruz e o ladrão» 
«Senhor, não lhes atribuas este pecado» 
Imitemos Nosso Senhor e rezemos pelos nossos inimigos. Estando crucificado, Ele rezou a seu Pai por aqueles que O haviam crucificado. Mas como posso eu imitar o Senhor, perguntamo-nos. Se quiseres, podes; pois, se não pudesses, Ele não teria dito: «Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29). Se tens dificuldade em imitar o Senhor, imita pelo menos aquele que é também seu servo, seu diácono: Estêvão. Com efeito, ele imitou o Senhor; pois assim como Cristo, esquecendo a cruz, esquecendo a sua própria situação, intercedeu junto do Pai em favor dos seus carrascos (Lc 23,34), assim o seu servo, rodeado por aqueles que o lapidavam, assediado por todos, submetido a uma chuva de pedras, sem ter em conta os sofrimentos que lhe causavam, pediu: «Senhor, não lhes atribuas este pecado» (At 7,60). Estás a ver como falava o Filho e como rezava o seu servo? O primeiro reza: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem» e o segundo pede: «Senhor, não lhes atribuas este pecado». De resto, para compreendermos melhor o ardor com que Estêvão rezava, notemos que não rezava simplesmente de pé, sob os golpes das pedras: era de joelhos que falava, com convicção e compaixão. Cristo disse: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem», Estêvão gritou: «Senhor, não lhes atribuas este pecado» e Paulo declarou: «Ofereço este sacrifício pelo bem dos meus irmãos, os da minha raça, segundo a carne» (cf Rm 9,3). Moisés pediu a Deus: «Perdoa-lhes este pecado, ou então apaga-me do livro que escreveste» (Ex 32,32), e David suplicou-Lhe: «Peço que descarregues a tua mão sobre mim e sobre a minha família!» (2Sam 24,17). Que perdão podemos obter se fizermos o contrário daquilo que nos é pedido e rezarmos contra os nossos inimigos, quando o próprio Senhor e os seus servos, tanto do Antigo como do Novo Testamento, nos exortam a pedir por eles?

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